Em decorrência desse aspecto, com o passar dos anos a acumulação de capital através do lucro forma o capitalismo industrial. Categorizado formalmente, esse modo de produção é executado através do trabalhador, que estabelece seu controle sobre as vias de produção e exploração, relacionando a produtividade com o aumento de horas de serviço, configurando o meio de produção de mais-valia absoluta . Sobre o aspecto real, o capitalismo industrial refere-se “ao momento em que o controle desses processos presentes na subsunção formal é transferido dos trabalhadores para às máquinas, para o capital. A exploração nesse caso se dá pela mais-valia relativa” Oliveira .
O urbanismo
É importante ressaltar que, o Brasil na maior parte desse período acima descrito, foi considerado um País “essencialmente agrícola”, todavia, a expansão agrícola comercial desencadeou um novo fenômeno na história do Império. Trata-se, portanto, da criação de cidades, momento futuramente conceituado como processo de urbanizaçãocomo bem define Vianna :O urbanismo é condição moderníssima da nossa evolução social. Toda a nossa história é a história de um povo agrícola, é a história de uma sociedade de lavradores e pastores. É no campo que se forma a nossa raça e se elaboram as forças íntimas da nossa civilização. O dinamismo da nossa história, no período colonial, vem do campo. Do campo, as bases em que se assenta a estabilidade admirável da nossa sociedade no período imperial .
A urbanização cresce, e com ela, os conflitos que antes eram tidos somente no campo, passam a ser manifestos nos centros urbanos como forma de evidenciar a insatisfação dos trabalhadores e das famílias rurais que, por representarem, nesse momento, mais de 80% da mão-de-obra empregada na agricultura, perderam espaço para as indústrias e precisavam de meios para viver .