As primeiras escolas de enfermagem da América Latina surgiram no fim do século XIX, foram impulsionadas em geral por médicos, enfermeiras inglesas, americanos e religiosos, muitas delas em hospitais, pois no período a criação dessas escolas ocorreu devido as necessidades de assistência ao cliente nas instituições, e também pela falta de local para as atividades acadêmicas. (BECERRIL, 2018).
Segundo Silveira e Paiva (2011, p.178) “ Em 1892 foi instalado em São Paulo o Hospital Evangélico, para estrangeiros, hoje Hospital Samaritano, com um corpo de enfermeiras inglesas oriundas de escolas orientadas por Florence Nightinngale.”
Por um longo tempo, a educação em enfermagem não foi baseada nos conhecimentos teóricos, mas na vivência prática, a supervisão muitas vezes era realizada por profissionais não enfermeiros, pois muitas das escolas tinham o objetivo de oferecer mão de obra barata, explorando dos estudantes.
Ao inicio do século XX, a enfermagem era vista como um trabalho manual, de menos valia e sua formação esteve restrita aos centros urbanos, o que gerava uma falta de profissionais. Na década de 1920 a enfermagem era uma profissão liberal, a política nas décadas de 1960 e 1970 foi que a profissão passou a ser assalariada.
Vale ressaltar que os critérios utilizados para o ingresso no curso de enfermagem, não eram inclusivos, antes da reforma sanitária em 1920 não era permitida a entrada de homens e mulheres negras.
Enfermagem moderna
Porém foi a partir de 1923 que teve início a enfermagem moderna, também chamada ensino de enfermagem sistematizado, o qual tem base no modelo cientifico de Florence Nightingale, devido a necessidade de atender a população brasileira acometida por epidemias.
No início a enfermagem brasileira reproduziu o modelo norte-americano de assistência e ensino e incorporou o paradigma de compreensão do processo saúde-doença como biologiscista, individualista e curativista, introduzindo como forma de organização do trabalho o tecnicismo, que exigia a formação de pessoal para compor a equipe de saúde.
Com essa nova categoria profissional e o aumento de sua demanda e a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública, o ensino de enfermagem se expandiu utilizando os padrões internacionais, incluindo a necessidade da direção das escolas de enfermagem por enfermeiros diplomados, especialista. Aumentou também os critérios para a seleção de alunos, a duração dos cursos e estágios.