Os bebês aprendem nos primeiros três anos de vida, como jamais aprenderá de novo. Aprendem mais rápido de 0 a 3 anos do que aprenderão dos 10 aos 13, por exemplo.
As vias associativas funcionam antes mesmo de o bebê nascer. No útero da mãe o feto percebe as vibrações do som, começando pela voz da mãe. Tudo isso fica registrado. Durante anos imaginava-se que o sistema nervoso só guardava registros quando o bebê estava totalmente formado, porém ele já o fez enquanto estava se desenvolvendo.
Quando o bebê nasce, ele é capaz de diferenciar os sons da língua que conhece dos sons de outra língua. Ele já esta vendo, ouvindo e compreendendo o que acontece ao redor. A criança que teve experiências positivas antes da educação infantil, que teve seus pais estimulando e participando. A criança que cresce num ambiente seguro é saudável e bem nutrida, essa criança possui uma serie de habilidades e interesses pela vida, por explorar, por brincar e interagir socialmente com os outros. Uma criança que não passou por essas experiências, não possui.
O papel dos pais na vida de uma criança
Os pais são os melhores professores dos seus filhos. O comportamento, a forma como se expressam e a forma como reagem ao mundo exterior terão grande influência sobre seus filhos.
Pais que pensam que não devem fazer nada até os três anos de idade, e coloca a criança na educação infantil aos três anos, talvez seja tarde, pois terá perdido a fase mais importante do desenvolvimento cerebral e o que ela precisa, o estímulo.
Em casa deve haver estímulo que a criança precisa para que esteja pronta para a escola, e a escola pronta para a criança. As crianças começam a aprender de imediato, quando nascem. Antes disso, aprendem quando ainda estão na barriga da mãe. São aprendizados que se dão por meio de processos de descoberta, de exploração, de pensar com as mãos, portanto, numa liberdade de possibilidades de expressão que são cruciais para que depois aconteçam os aprendizados formais.
Por exemplo, expondo bebês em fase de aprendizado à duas línguas, como língua portuguesa sendo sua língua nativa e língua inglesa como língua estrangeira, eles seriam capazes de distinguir esses sons diferentes e adquirir padrões sonoros ideais para formar palavras na língua nova. Num contexto de contato social normal, quando a pessoa fala o idioma estrangeiro, as crianças aprendem muito sobre os sons, ou seja, se esses sons fazem parte do dia a dia dessas crianças, o aprendizado ocorre, e eles aprendem muito bem.
Vejamos, isso não ocorre a uma criança que não esteja inserida nesse mesmo contexto social. Então, apenas a interação social ao vivo pode prover aos bebês e seus cérebros a informação adequada no momento certo do desenvolvimento da habilidade na língua estrangeira. As crianças aprendem e constroem seu saber junto a você, pai, mãe, professor, junto aos colegas, às outras crianças. E fazem isso se te veem envolvida, se divertindo com elas, interessada no que elas fazem. Por isso, é importante valorizarmos as relações entre as crianças, fazendo com que elas sejam as primeiras motivadoras de um aprendizado.
Crianças se desenvolvem brincando. A brincadeira possibilita e é o próprio processo de desenvolvimento, o cérebro gosta de brincadeira. É importante que a intervenção seja mínima enquanto brincam, pois, tudo de importante acontece enquanto eles brincam, é o espaço delas entrarem no mundo pelas próprias descobertas, pela sensação, gestos, pelo que elas vivenciam através do próprio corpo.
O que os adultos, pais e professores, devem entender é que, a informação é muito importante, mas é principalmente importante o processo que a criança estabelece. O ambiente é contexto de aprendizado para adultos e crianças. E esse ambiente continua a ser criado por crianças e adultos a cada dia. Para que a criança se sinta protagonista, pois elas assimilam ambientes e sua interação com ele e isso constrói seus cérebros e corações.
O conceito “cem linguagens” nasce do reconhecimento que a criança se manifesta através de várias formas de expressão e de comunicação.