A liberação de princípios ativos utilizados para fabricação de agrotóxicos no último ano teve um crescimento de 5,5% em relação a 2018. Esta, contudo, segundo propõe a legislação ambiental brasileira tem o dever de observar certos princípios jurídicos, dentre os quais o princípio da precaução. Segundo Bombardi (2011) acredita-se, que as formas de liberação não estejam observando tal princípio, haja vista que o Brasil, a partir de 2008, tornou-se no maior consumidor de agrotóxicos, embora a produção agrícola não seja a maior se visto em uma escala mundial. O uso elevado de agrotóxicos acarreta inúmeros problemas, afetando a saúde dos agricultores, e até mesmo aqueles que afetam o meio ambiente, destruindo a fauna e a flora ou, em síntese, o conjunto de nossa biodiversidade.
Segundo dados do Ministério da Saúde, os produtos com fatores de risco mais elevados são os agrotóxicos, colocando em risco a saúde das pessoas, principalmente as que trabalham na área rural e também, não menos importante, trás riscos ao meio ambiente. Neste contexto, através do atual modelo de desenvolvimento social, somos induzidos a utilizar mais veneno, transformando o modo de vida das pessoas, ensejando em graves problemas de saúde ao trabalhador como, por exemplo, a exposição dos trabalhadores aos agrotóxicos no campo. Nas palavras de Pessoa (2012) essas condições tem consequências negativas na qualidade de vida na sociedade, impactando na saúde do trabalhador rural e no meio ambiente. Para Carneiro (2012), a proteção à saúde da população está ofuscada pelos interesses do mercado que, por sua vez, tem um arcabouço institucional e legislativo que lhe fornece meios necessários para manter o ciclo virtuoso de sua economia, em favor da utilização de produtos técnicos com o apoio dos governos. Na sociedade moderna, como aduz Londres (2011), o lucro é colocado como interesse primordial, sobrepondo-se ao direito a saúde dos seres humanos e do meio ambiente, ocasionando uma potencial situação de risco. O alto índice no uso de agrotóxicos devido à expansão do agronegócio, além de intoxicar a população, está contaminando os alimentos, as águas e o ar.