A administração de uma organização diz respeito ao processo de tomada de decisões, buscando atingir certos objetivos com os recursos disponíveis. Na administração pública, o Estado realiza atividades e ações utilizando recursos públicos para garantir os interesses da sociedade. O primeiro modelo a surgir foi a administração patrimonialista, no Brasil, surgiu no período colonial português, quando começaram as concessões de títulos, de terras e de poderes por parte dos detentores dos governantes. O patrimonialismo se trata de uma dominação tradicional, onde as leis são definidas por um conjunto de costumes de certa sociedade e quem as delibera são os membros de uma família que possui o poder. Os cargos são decididos através de relações pessoais, sendo assim, há uma grande confusão entre o que era público ou privado. Como resultado desse tipo de administração restaram práticas que são realizadas até hoje, como o nepotismo, a corrupção e o clientelismo, e também a má administração pública, colocando interesses privados acima do público, ferindo os princípios administrativos.
Com passar do tempo e o desenvolvimento do capitalismo em todo o mundo, nasceu o Estado moderno, junto com ele ocorreram grandes transformações, inclusive na forma como os estados eram administrados, sendo marcado pela separação entre os bens públicos e privados, embora as práticas patrimonialistas não tenham sido totalmente extintas. A partir da necessidade de romper a arbitrariedade do modelo anterior, surgiu a administração burocrática. Nesse modelo são adotadas várias medidas para defesa dos bens públicos, em contraposição ao patrimonialismo, que fazia justamente a confusão entre o patrimônio do Estado e o patrimônio do detentor do poder.
O modelo burocrático
O modelo burocrático defende a formalidade, como a divisão de tarefas, a hierarquia definida por regras, a equiparação salarial e vários outros pontos que se diferem bastante do patrimonialismo. Um exemplo claro dessa diferença é a forma de contratação dos funcionários, enquanto na administração patrimonialista os cargos eram definidos por interesses pessoais, para beneficiar amigos ou parentes, na administração burocrática, teoricamente, isso não deve existir, pois a contratação é realizada com base em pré-requisitos, sendo um deles o preparo técnico do indivíduo.
Inicialmente, nesse modelo não existia controle de resultados, pois o foco era tornar a administração impessoal e com o passar do tempo isso se tornou motivo de críticas. Como era voltado a estabilidade, não levava em conta as alterações externas, a qualificação dos membros da organização e os avanços tecnológicos, possuía uma postura muito técnica, o que acabava deixando de lado o comportamento e o bem-estar pessoal. Outra desvantagem desse modelo é a lentidão na execução dos processos.