A sífilis congênita (SC) é uma patologia, causada pela bactéria Treponema palladium, que quando não tratada ou não tratada adequadamente, pode ser transmitida para o feto, via placentária, em qualquer fase da gestação.
No caso da sífilis congênita, a maior taxa de infecção se deve à transmissão vertical, com menor percentual de casos devido à infecção no canal de parto e em relação à amamentação. O risco de infecção fetal por doença materna não tratada recente é de 80 a 90%.
Classificação da sífilis congênita
A sífilis congênita pode ser classificada como precoce (quando a manifestação ocorre nos primeiros meses de vida) ou tardia (a doença se manifesta após o segundo ano de vida causando úlcera gomosa e lesões petequiais), o que caracteriza cada conforme o aparecimento dos sinais clínicos, podendo acarretar em várias sequelas para o bebê, tanto no período da infância, como durante a vida adulta.
A sífilis precoce compreende os estágios primário (apresenta-se com uma ferida ulcerada, de base dura, altamente infecciosa que some em poucas semanas), secundário (pequenas feridas, principalmente nas mucosas ocasionando febre baixa e mal estar, tornando-se latente após algumas semanas) e latente inicial (os sintomas da doença não se manifestam e o vírus permanece adormecido). A Sífilis tardia é a sífilis latente tardia, sífilis gengival, neurológica e cardiovascular.
A sífilis congênita passou a fazer parte da lista de doenças compulsórias em 1986. Nove anos depois, em 1995, o Brasil foi nomeado como signatário da Resolução CE116/14 da Organiza-ção Pan-Americana da Saúde.
A proposta do Ministério da Saúde era eliminar a sífilis congênita até o ano 2000; esse objetivo não foi alcançado e continua a enfrentar a crescente incidência de sífilis congênita na população.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, por meio do boletim epidemiológico publicado em outubro de 2019, no ano de 2018, o número total de casos notificados de sífilis gestacional no Brasil foi de 62.599 (25,7% mais casos que no ano anterior). Neste mesmo ano, foram notificados 26.219 casos de sífilis congênita, com uma taxa de incidência de 9,0 casos/1.000 nascidos vivos no Brasil.
Sífilis durante a gravidez
Além disso, a sífilis pode causar sérios problemas durante a gestação como, aborto espontâneo, que pode ocorrer até a vigésima semana de gestação. Pode, também, provocar o nascimento prematuro e afetar o desenvolvimento (também chamada de o crescimento limitado, em que a criança se mostra pequena para a idade gestacional) e baixo peso ao nascer .
A sífilis congênita pode causar aumento da placenta e inflamação do cordão umbilical, o que pode causar problemas na nutrição do bebê.