A queda do Muro de Berlim, em 1989, não só representou a vitória dos Estados Unidos sobre a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, como também a consolidação do capitalismo como base para a multipolaridade global. Desse modo, a concentração de capital e de uma economia mundial integrada, ao passo que traz pontos positivos, também consolida os negativos, tornando o Estado neoliberal suscetível às crises econômicas globais e gerando grandes desigualdades sociais, problemáticas fundamentais para debater sobre as perspectivas futuras do sistema de capital financeiro.
Constata-se, primeiramente, que o neoliberalismo, caracterizado pelo Estado mínimo, demonstrou algumas falhas ao longo do tempo, como a instauração de um governo instável em períodos de crise econômica. Sob essa ótica, o filme “A Grande Aposta”, ambientado no período da quebra da bolha imobiliária de 2008, nos Estados Unidos, expressa como a relação entre o Estado e a economia se tornaram próximas. Consecutivamente, a crise que se iniciou nos EUA teve um efeito dominó no globo, alcançando inúmeros países. Dessarte, é possível apreender que o papel do Estado é тfundamental para a construção de uma nação sólida e deve estar acima do setor econômico, emт virtude deste demonstrar, muitas vezes, instabilidade, gerando inseguranças para o governo.
Desenvolvimento do capitalismo
Ademais, concomitantemente o capitalismo foi se desenvolvendo, a desigualdade na distribuição de riquezas aumentou, condicionando uma das maiores problemáticas de cunho social da atualidade. No livro “Por uma outra globalização”, de Milton Santos, o geógrafo brasileiro traz, como fábula, perspectivas de um futuro orientado pela perversidade do sistema econômico vigente, em uma sociedade cada vez mais polarizada nos extremos da riqueza e da pobreza. Diante disso, é possível concluir que o capitalismo é, também, um sistema de opressão às massas sociais, ao passo que priva a grande maioria da garantia dos Direitos Humanos e da equidade social, não dignificando a Meritocracia.
Portanto, é perceptível que o capitalismo traz grandes falhas de gestão, diminuindo o papel regulador do Estado e contribuindo para o aumento da desigualdade social. Dessa maneira, é dever do Ministério da Cidadania e do Ministério da Economia, por meio da Lei de Diretrizes Orçamentárias – responsável por orientar a elaboração de orçamentos para investimento do Poder Público – dirigir verbas para consolidação de projetos que busquem diminuir as desigualdades sociais, investindo, principalmente, em saúde, educação e segurança, a fim de viabilizar a equidade social e contribuir para a construção de uma nação justa e orientada para o benefício do coletivo. Assim, será possível se distanciar das perspectivas de Milton Santos.