As Pequenas e Médias Empresas (PMEs) ocupam um lugar importante no desenvolvimento econômico de um país. “As pequenas empresas, com a sua criatividade e inovação, têm o potencial de reverter o curso de qualquer economia” (MONAHAN, SHAH e MATTARE, 2011). A força deste segmento é demonstrada em estudos e políticas implantadas em alguns países. Nos Estados Unidos, após a crise de 2008, foram lançadas políticas para fomentar o desenvolvimento das PMEs (MONAHAN, SHAH e MATTARE, 2011). Segundo dados da agência Small Business Administration (SBA) 99,7% dos empregadores são pequenos empresários, os pequenos negócios geram anualmente de 60 a 80% de novos empregos, contribuem em 50% no Produto Interno Bruto (PIB) e são responsáveis por 45% dos vencimentos do setor privado.
De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) (2010), os pequenos empreendimentos na América Latina correspondem por uma fatia significativa do PIB: na Argentina 60%, El Salvador 44% e Peru 42%. Dados de outros países detalham o impacto da participação desses empreendimentos: Venezuela, os pequenos negócios representam 98% dos empreendimentos formais, 55% dos empregos e 13% do PIB; no Equador, as PMEs geram 24% dos empregos formais e 14% do PIB; no Chile são gerados em média 52% dos empregos e 20% do PIB; no México, 80% dos empregos e 23% do PIB; no Uruguai, 48% dos empregos e 30,27% do PIB e na Colômbia, são 63% dos empregos e 35% do PIB.
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Por apresentarem este vulto, as PMEs figuram como elemento fundamental para o crescimento de uma economia e ocupam lugar estratégico no Plano Brasil Maior. Esse plano, proposto pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, organiza-se em ações transversais e setoriais. As transversais são orientadas para o aumento da eficiência produtiva da economia como um todo. As ações setoriais são definidas a partir de características, desafios e oportunidades dos principais setores produtivos e estão organizadas em blocos que ordenam a formulação e a implementação de programas e projetos.
Dessas ações setoriais, uma se relaciona com a dinamização e competitividade de pequenos negócios, com apoio ao Microempreendedor Individual (MEI) e as PMEs por meio da ampliação do acesso ao crédito para capital de giro e investimento e preferência nas compras públicas. Neste contexto, a inovação surge como elemento fundamental para alavancar o potencial competitivo das PMEs. Um exemplo da importância deste fator para a economia é apontado em um relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), cujos dados demonstram que a escala de produtiva das empresas que inovam e diferenciam produtos é significativamente maior do que nas demais categorias. O faturamento médio dessas firmas é de R$ 135,5 milhões, sendo que nas especializadas em produtos padronizados o faturamento é de R$ 25,7 milhões e naquelas que não diferenciam produtos e têm produtividade menor é de R$ 1,3 milhão (DE NEGRI et al, 2005).
A região metropolitana de Ribeirão Preto (RMRP) é a primeira região metropolitana do estado de São Paulo fora da macro-metrópole, formada pelo aglomerado de 34 municípios. O projeto de lei complementar que instituiu a região metropolitana foi aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo em 15 de junho de 2016, sendo oficialmente sancionado pelo governador Geraldo Alckmin em 6 de julho do mesmo ano.
A RMRP conta com 14 787,890 km² (5,96% do Estado e 0,17% do país), em relação à população, a nova região metropolitana tem cerca de 1,68 milhão de habitantes (3,7% do Estado e 0,81% do país) e seu Produto Interno Bruto (PIB) estimado no ano base de 2015 é de R$ 55,1 bilhões (2,96% do PIB do Estado e 0,97% do PIB brasileiro).
Este trabalho buscará elucidar a importância da inovação nas PMEs (pequenas e médias empresas) da RMRP, assim como, as formas como são gerenciadas a inovação nestas empresas e suas principais dificuldades em inovar.
O estudo também buscará apresentar o nível de inovação nestas PMEs e a importância para sustentabilidade do negócio.
Nas próximas seções, o problema será formulado e operacionalizado. Serão objeto desse trabalho:
● Analisar quais são os fatores que limitam ou incentivam a inovação nas MPEs;
● Determinar como o processo de inovação ocorre nas empresas inovadoras;
● Identificar o quanto o intra-empreendedorismo influencia a inovação;
● Avaliar o nível de maturidade em inovação nas MPEs da RMRP.