Mudanças profundas em práticas agrícolas

Desde a década de 50 quando se iniciou a chamada revolução verde são observadas profundas mudanças nas práticas das agriculturas, as inovações tecnológicas na obtenção de maior produtividade através da utilização de agrotóxicos e mecanização no campo que aumentasse sua produtividade. Não se pode negar o crescimento, em termos de produtividade, proporcionado pela difusão de tais tecnologias no campo MOREIRA et.al.(2002, p.33)

No entanto, esse aumento de produção não foi alcançado por todos, pequenos produtores não conseguiram se adaptar a essas novas técnicas de produção, principalmente nos pais em desenvolvimento, apresentando assim as comunidades rurais vários riscos promovidos pelo o uso exagerado dessas substancias químicas.
Alem disso, com a implementação dessas novas tecnologias, descompassadas de um treinamento ou qualificação, pode estar associada a fatores que levem a marginalização desses trabalhadores, o que implica em uma inserção desigual na economia de mercado, e consequentemente tem reflexos na saúde desses trabalhadores de forma geral.

Com essas questões, diversos autores como (RANGEL; ROSA; SARCINELLI, 2001), destacam que se por um lado à utilização de agrotóxicos favoreceu a intensificação da produção de alimentos, seus efeitos se fazem sentir cada vez mais na saúde humana e no meio ambiente. O uso indiscriminado que vem ocorrendo nas últimas décadas, apesar de seus efeitos benéficos em termos de ganhos produtivos tem trazido grandes prejuízos.

A questão entre agricultura e saúde sempre gerou discussão, entretanto, pelos os riscos oferecidos a saúde e ao meio ambiente, provocados pelo o uso de agrotóxicos. Para ANDEF (2006), além de trabalhadores, outras pessoas que não estejam nem aplicando nem manuseando os agrotóxicos, mas que entram em contato com plantas, roupas e alimentos contaminados estão expostos indiretamente. Andrade (1995), ressalta que há um risco para a saúde de quem transporta, aplica ou consome produtos que são tratados com essas substâncias.As vezes esses danos são irreversíveis como as intoxicações agudas e crônicas, causando até o óbito do trabalhador. Sendo as vias de exposição mais comuns são ocular, respiratória, dérmica e oral.
O risco é ainda maior para os trabalhadores rurais ,que ficam em contato direto com o veneno,por não realizarem os procedimentos adequados enquanto aplicam o produto, muitos deles não utilizam os equipamentos de segurança e se expõem ainda mais ao produto. Os efeitos sobre a saúde podem ser de dois tipos: 1) efeitos agudos, ou aqueles resultantes da exposição a concentrações de um ou mais agentes tóxicos capazes de causarem dano efetivo aparente em um período de 24 horas; 2) efeitos crônicos, ou aqueles resultantes de uma exposição continuada a doses relativamente baixas de um ou mais produtos.

No caso de efeitos agudos são aqueles mais visíveis, que aparecem durante ou após o contato da pessoa com o produto e apresentam características bem marcantes. No caso dos agrotóxicos, essas características podem ser espasmos musculares, convulsões, náuseas, desmaios, vômitos e dificuldades respiratórias (OPS, 1996). Já os efeitos de uma exposição crônica podem aparecer semanas, meses, anos ou até mesmo gerações após o período de uso/contato com tais produtos, sendo, portanto, mais difíceis de identificação.Em muitos casos podem até ser confundidos com outros distúrbios, ou simplesmente não relacionados ao agente causador

 

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