TDAH

O TDAH tem apenas diagnóstico clínico, não existindo exames laboratoriais capazes de comprovar esta patologia. O diagnóstico neuropsicológico para TDAH por ser essencialmente clínico, está embasado na apresentação de sintomas comportamentais deliberado pelo DSM, o qual avalia a frequência, amplitude, intensidade e duração do conjunto de sintomas mais comuns: impulsividade, hiperatividade e desatenção. Porém, cada caso é analisado de forma individual e específica, visto que esse guia possui limitações, pois não se tem a distinção de gêneros, tão pouco leva-se em consideração as mudanças de desenvolvimento comportamental, bem como, não apresenta um número de itens necessário para o diagnóstico de TDAH. (ANDRADE, 2018)

O tratamento do TDAH pode ser realizado através da terapia e da prescrição médica. Tais intervenções devem ser avaliadas concomitantemente pelos profissionais inseridos no processo diagnóstico interventivo, pois a medicação isolada não contempla a subjetividade do sujeito. (PARENTE & SILVÉRIO, 2019) Entretanto, essas medicações prescritas isoladamente não possuem a eficácia necessária para a complexidade do transtorno, a perspectiva da medicalização, ao privilegiar a abordagem biológica, organicista e pautar-se no campo médico, centra-se no indivíduo e naturaliza os fenômenos humanos e sociais. (RIBEIRO, 2014)

O metilfenidato, que tem sido usado como tratamento de TDAH, foi sintetizado por Leandro Panizzon, farmacêutico da antiga empresa Ciba-Geigy Pharmaceutical Company, atualmente, Novartis S/A, na Suíça, sendo patenteado e comercializado em 1954. Chegou aos EUA em 1956, no Canadá em 1979 e, no Brasil, somente em 1998 (SHIRANKAWA et al., 2012). Quando o metilfenidato foi descoberto, não havia um diagnóstico específico para seu uso (BARROS; ORTEGA, 2011). A indicação para dificuldades em manter a atenção, com ou sem hiperatividade constituiu em uma boa justificativa para a sua aplicação (BRANT; CARVALHO, 2012). A partir dos anos 60, começou a serem apontados os benefícios do fármaco para o TDAH (BARROS; ORTEGA, 2011).

O metilfenidato é indicado como primeira escolha no tratamento de TDAH, utilizado como um instrumento de melhoria do desempenho cognitivo de crianças e adolescentes, sendo uma substância de uso controlado, estruturalmente relacionada às anfetaminas, age como estimulante do sistema nervoso central. (RIO GRANDE DO SUL, 2020). Segundo dados do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC, ANVISA), o metilfenidato tem sido consumido em larga escala em diversos estados brasileiros. Uma das suspeitas para o uso acima da média é de que haja um desvio de padrão de uso, como, por exemplo, por adultos que estão em busca de maior concentração nos estudos, trabalho, lazer ou até mesmo na redução de peso (DIÁRIO, 2017).

No passado, este psicotrópico era usado essencialmente em patologias relacionadas aos distúrbios de atenção. (SHIRAKAWA, 2012) Atualmente estudantes e profissionais buscam meios para aumentar seu poder produtivo, estudar exageradamente sem cansar e principalmente lembrar o que estudou. O metilfenidato está sendo amplamente utilizado por indivíduos não portadores de TDAH com a finalidade de melhorar a concentração e aumentar o desempenho intelectual. (FARDINI & PILOTO, 2015)
O principal objetivo deste artigo é revisar o uso de metilfenidato entre estudantes universitários saudáveis, abordando a prevalência, gênero, faixa etária, formas de aquisição, razões para o uso e reações adversas.

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