A infecção pelo HPV

A infecção pelo HPV é uma das doenças sexualmente transmissível (DST) mais comum dos últimos tempos. Cerca de 75% da população mundial sexualmente ativa entrará em contato com o vírus em alguma parte da sua vida, e este possui um papel de grande influência no desenvolvimento do câncer de colo uterino.

Atualmente são descritos 40 genótipos de HPV que infectam a mucosa genital, dos quais 12 são considerados carcinogênicos. Em sua fase inicial de infecção, o vírus não causa danos ao organismo, se tardando até mesmo de 10 a 15 anos para ser detectado. Contudo, sua persistência no organismo, junto de outros fatores, se relaciona a lesões no trato genital inferior, como exemplo o câncer.

Já existem medidas preventivas como a realização do papanicolau anualmente, para que o diagnóstico se de no início da doença, porém estas são de difícil implementação em locais com poucos recursos. Por isso, as vacinas profiláticas ganharanham espaço no combate ao HPV, principalmente por terem sua eficácia comprovada nos países que já a implantaram em seu calendário vacinal, nos quais obteve-se redução das taxas de manifestações em até 90%.

Atualmente no Brasil é ofertada no setor público a vacina quadrivalente recombinante contra o HPV, a qual o nome comercial é Gardasil® (produzida pelo laboratório Merck), que oferece proteção contra os tipos 6,11,16, e 18. Com o intuito de esclarecer a população brasileira o Ministério da Saúde publicou em setembro de 2014 uma nota oficial que garante a validade e salvaguarda da mesma .

Esta vacina é composta de partes de estruturas dos quatro sorotipos (6,11,16 e 18) mais associados aos tumores cervicais e desenvolvida através da metodologia conhecida como Vírus Like Particle(VLP), que consiste em partículas semelhantes ao vírus, mas que não possuem o DNA viral, possuem somente as proteínas estruturais L1 e L2 do capsídeo viral que tem em sua composição epítopos tipo-específicos e altamente imunogênicos, ou seja, não são infectantes.

A vacina foi desenvolvida por meio da técnica do DNA recombinante, gerada em culturas de leveduras do tipo Saccharomyces cervisae e estimula a produção de elevados tipos de anticorpos contra os sorotipos presentes nela. o mecanismo consiste em estimular a produção de anticorpos neutralizantes contra as proteínas do capsídeo viral, gerando uma resposta imunológica específica de memória, prevenindo possíveis infecções futuras