Todos os behavioristas concordam com uma ideia central, a de que uma ciência do comportamento é possível. Essa ciência veio a ser chamada de análise do comportamento. O behaviorismo é corretamente visto como a filosofia sobre essa ciência (BAUM, 2019). O presente trabalho, usará essa ideia como premissa na interlocução com a obra cinematográfica “Felicidade por um Fio”, filme que trata da história de uma mulher que deseja ter o controle de tudo em sua vida, como o trabalho, relacionamento, sempre em busca da perfeição. Uma das coisas que ela mais controla é seu cabelo, mantendo-o sempre impecável, alisado.
O motivo para essa obsessão pelo cabelo “perfeito” vem desde sua infância, onde sua mãe a proibia de brincar em piscinas, na chuva, para que seu cabelo não ficasse da forma natural, alegando que tudo em sua vida só daria certo se seu cabelo fosse liso. Assim, no decorrer da trama, após ir ao cabelereiro por ter seu cabelo molhado, a química do alisamento é danificada, fazendo com que a personagem seja obrigada a conviver com seu cabelo de forma natural até chegar ao ápice e raspar todo seu cabelo.
Influência dos pais
Ao longo da trama, pode-se perceber que o comportamento da personagem principal é determinado pelas influências que ela sofre pela hereditariedade e pelo ambiente. Com isso, pode-se identificar três principais motivos para a relação de Violet com seu cabelo: a criação de sua mãe, deixando sempre claro o quanto é importante ter cabelo liso, o bullying de seus colegas quando crianças, associado a ausência de representatividade. E, por fim, a falta de aceitação de sua imagem, uma infelicidade quase invisível à consciência, em relação a imposição de vivermos sob padrões preestabelecidos.
Vale ressaltar que no desfecho do filme Violet adota um novo comportamento, após acessar um meio ambiente diferente, com novas relações interpessoais.
Com o exposto acima, percebe-se o encontro entre ficção e realidade, em tempos de redes sociais, muitos de nós acabamos por produzir comportamentos forjados, visando atender a expectativa de determinado contexto. Há muitas “Violet” do lado de cá. A terapia é o método psicológico que seria mais adequado, já que é preciso ir ao fundo do problema, descobrir as raízes para poder desmascarar esse mito de que cabelo enrolado é feio, assim a paciente se livraria de amarrações mentais e poderia ser feliz se aceitando da forma que é.