Há autores que não concordam com a teoria de Schumpeter, ou seja, com a redução da democracia a um método. Peter Bachrach (1973) e José Guilherme Merquior (1982), também vêm na democracia “uma finalidade imprescindível”: o exercício da igualdade política.
Segundo Bachrach
Democracia tem uma função ética, que é o autodesenvolvimento do indivíduo já que, conforme ele, “o desenvolvimento do homem enquanto ser humano depende profundamente da sua possibilidade de cooperar na solução dos problemas relacionados com suas próprias ações.
Um outro autor que também critica Joseph A. Schumpeter é o Robert A. Dahl. Ele considera que além dos cidadãos terem o poder de escolherem os seus representantes, eles têm uma outra função de organizar em grupos de interesses. Esses tais grupos tem a função de processar os inputs , ou seja, têm o direito de reunir e articular os diferentes interesses dos atores sociais envolvidos na fabrico de políticas públicas.
Dahl (1997, p. 25) considera que de que o que define a democracia é a capacidade que o governo tem de responder de forma contínua às preferências de seus cidadãos, considerados como politicamente iguais. Fazendo menção à democracia dahlsaniana, Robert D. Putnam diz que a “democracia concede aos cidadãos o direito de recorrer ao seu governo com a expectativa de obter algum objetivo particular ou social”(PUTNAM, 2000, p. 77). Por outras palavras, a democracia de Dahl tem como característica a constante sensibilidade do governo em relação às preferências de seus cidadãos.
Por este motivo, segundo Dahl (1997), devem ser assegurados a todos os cidadãos, oportunidades plenas, tais como: formular suas preferências; expressar, por meio da ação individual ou coletiva, suas preferências a seus pares e ao próprio governo e ter suas preferências igualmente consideradas na conduta do governo.
Por considerar que a democracia existente na sociedade contemporânea carece em aproximações com o ideal democrático, Robert A. Dalh sugeriu que essas aproximações fossem chamadas de poliarquias (governo de muitos), ou seja, sociedades pluralistas onde o poder está descentralizado. No seu ponto de vista, a poliarquia deve ser considerada como um instrumento para criar um governo aceitável pela maioria das pessoas.