Diante do contexto de observação do geógrafo Rogério Haesbaert, a ideia de desterritorialização se encontra associada ao processo de globalização na sociedade capitalista, que promove uma dinâmica entre diversos processos, principalmente no que tange as relações sociais, que influenciam diretamente no desenvolvimento de múltiplos territórios. Para analisar o mundo pós-moderno é necessário salientar alguns fatores que influenciaram e influenciam até a contemporaneidade. Sempre podem surgir indagações de como e onde surgiram os termos desterritorialização e multiterritorialidade, é algo muito complexo pois, na sociedade contemporânea, fica evidente que envolve condições básicas e avançadas no sentido de uma multiplicidade de territórios e sua articulação na forma de territórios-rede.
Além disso, os indivíduos sentem a necessidade de estarem imersos em relações de dominação ou de apropriação. Desse modo, ao falar de uma sociedade capitalista ou sociedade do consumo, não podemos esquecer de destacar que o pertencimento ou ideia de identidade gera o sentido de domínio sobre algo ou algum lugar, processo que estimula o aparecimento de formas de autoridade sobre tal espaço. Nesse sentido, diante do cenário mundial, observa-se que vivenciamos a multiterritorialidade, não apenas como um pensamento condicionado, mas por necessidade de obter uma identidade plural, principalmente por estarmos inseridos na era digital com imensa dimensão tecnológico-informacional, em torno daquilo que podemos denominar uma reterritorialização.
A dinâmica da globalização. Teorias De Karl Marx
Assim, a dinâmica da globalização é voraz, acelerada e, que exige a criação de novidades principalmente de caráter revolucionário. Alinhado ao pensamento do sociólogo Karl Marx, fica evidente de como a meta de geração de riqueza diante da dominação de classes proporciona uma maior adesão ao termo multiterritorialidade, na adoção de políticas neoliberais. Permitindo a intensificação do capitalismo geograficamente, voltado para a lógica estatal, de controle dos fluxos imerso em relações de dominação e de apropriação sob a sociedade-espaço permitindo que alguns grupos, em geral a classe dominante, adquiram a multiplicidade de territórios. Dessa maneira, intensificando a desigualdade social que se relaciona às próprias raízes da desigualdade social.
De fato, seria a continuidade de padrões associados à pratica da cultura política. ‘’O conceito de cidadania concedida tem aqui o propósito de realçar características importantes da nossa cidadania pretérita e atual, e que são, ao mesmo tempo, parte constitutiva da construção de nossa cidadania. Pois aqui, como alhures, a cidadania não é alguma coisa que nasce acabada, mas é construída pela adição progressiva de novos direitos àqueles já existentes (Marshall, 1967).’’ Portanto, fica explicito que alguns fatores advêm de raízes historicamente construídas e disseminadas, que devem ser discutidas e comentadas sob a perspectiva dos múltiplos territórios diante de uma lógica capitalista, observando seus pontos negativos e positivos.
Como também, buscando a adoção de novas metodologias que sejam capazes de mitigar possíveis impasses, com o auxílio de ferramentas que intensifiquem tais ações de maneira coerente e adequada. Principalmente, focando na participação de políticas dentro do conceito de multiterritorialidade, em suas repercussões diante das maneiras interventivas na realidade concreta ou como estratégia de poder.