instituições atender suas necessidades específicas.
A demanda educacional das pessoas com deficiência, conhecidas como “portadores de necessidades especiais educativas”, assunto discutível, não veio acompanhada de imediato de estudos de adequação e adaptações do ambiente físico. Segundo Mazzotta (apud GODOY, 2002), é fundamental que se entenda o sentido de integração “pressupõe a ampliação da participação nas situações comuns para indivíduos e grupos que se encontram segregados” e que o princípio da inclusão, ou da não-segregação, significa que “nem todo portador de deficiência necessita de recursos educacionais especializados, devendo, neste caso, estar na escola regular desde o início de sua escolarização”.
Conforme, Glat (1995), considera que o grupo de pessoas portadoras de deficiência física não constitui, tradicionalmente, como clientela da Educação Especial. Neste caso, a inclusão é facilitada pela acessibilidade física nos espaços escolares, não sendo necessário nenhum outro tipo de assistência especial ao aluno que tenha dificuldade de locomoção (usuário de cadeira de rodas, muletas, andador, ou pessoa com perna mais curta, ou outro tipo de deficiência física).
Com isso, temos dois problemas, a dificuldade e a iniciativa tardia do poder público no trato das condições de educação de pessoas com deficiência, quanto à falta de acessibilidade ao meio ambiente físico já construído. O que resulta numa situação em que dificilmente encontramos uma pessoa com deficiência física, em cadeira de rodas transitando nas salas de aula da universidade. Em um modo geral, a acessibilidade nos espaços das universidades e espaços públicos de São Sebastião vem sendo discutida há um tempo em fóruns, seminários, audiências na Câmara Municipal, na Assembleia Legislativa, dentre outros eventos, tendo os movimentos e associações de pessoas com deficiência, com o apoio do Ministério Público, como incentivadores desses eventos. O governo do Estado deu um passo muito importante com a elaboração e divulgação, juntamente aos prefeitos, entidades, associações e a sociedade em geral, com o Guia de Acessibilidade e espaço público e edificações, publicado em 2009. Movimentos esses que incentivam a discussão e levantamento de prováveis soluções para essas problemáticas apresentadas não só na Faculdade de São Sebastião, mas em uma sociedade por completa.
No ano de 2016 a Fatec recebeu seu primeiro aluno com deficiência física, portador de cadeira de rodas, Alex Sandro Ribeiro Santos hoje formado, afirma que no início do curso, a Fatec não era preparada para sua chegada, foi a partir da sua matrícula que as adaptações necessárias começaram a ser realizadas no espaço, como por exemplo a adaptação no banheiro, mesa adaptada, o balcão da recepção e uma autorização para o uso da rampa interligando o prédio da Fatec com a Etec pois o único acesso da Fatec era pela escada, o que dificulta a locomoção de um cadeirante.
“ A área da biblioteca para entrar era bem difícil, a porta e o balcão bem apertado, eu nem ia na biblioteca, fui uma vez só e tive muita dificuldade para me locomover ali dentro com a cadeira de rodas, os corredores entre as prateleiras bem apertados, pedia para alguém pegar o livro, tentava não usar a biblioteca por isso. ” Alex conclui que, apesar dessa questão da biblioteca, nunca teve outros problemas de locomoção no ambiente interno da faculdade.