Transplante de órgão

O processo de doação de órgãos acontece quando há um possível paciente diagnosticado com ME dentro da Unidade de Terapia, mas para que haja o diagnóstico, os médicos responsáveis pelo caso usarão aparelhos específicos como a angiografia cerebral e o eletroencefalograma.

Normalmente, a morte encefálica ocorre depois de acidentes vasculares (AVC) e traumatismos cranianos. Porém, apesar de o cérebro não estar mais vivo, o coração poderá continuar batendo e é justamente esta irrigação sanguínea que faz com que os órgãos se mantenham viáveis para o procedimento de doação.
Assim, os médicos irão manter a circulação sanguínea do paciente de forma artificial, com o uso de aparelhos específicos, enquanto a família é notificada da situação e a Central de Transplantes é avisada.

Novamente, vale ressaltar que, quando diagnosticada, a morte encefálica é irreversível. Isso significa que ainda que os batimentos cardíacos do paciente se mantenham, ele já não está mais presente e por isso a doação poderá acontecer.

O Em alguns países (EUA, por exemplo), o exame à beira do leito é suficiente para constatação de ME4. No entanto em outros países é recomendável que faça a realização dos exames para confirmar a morte encefálica para demonstrar a ausência de função elétrica, metabólica ou de fluxo cerebral. O eletroencefalograma EEG que é o exame mais utilizado para o diagnostico de ME, porém é um dos exames de difícil manejo para fazer dentro da unidade de terapia intensiva (UTI), por conta de outros aparelhos ligados que causam interferência na hora da execução do diagnostico. É referido que 20% dos pacientes com ME podem apresentar algum sinal de atividade no EEG. Outro exame para o diagnostico é a ultrassonografia ela contém sensibilidade de 90% e especificidade de 100%, sendo realizada nas artérias cerebrais médias e vertebrais.No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou em 1997 as normas para diagnóstico de ME. Os critérios clínicos deve ser feito por 2 médicos experientes e não precisam necessariamente ser um neurologista, realizado em tempos diferentes, cada faixa etária tem seu tempo, Ressalta-se a obrigatoriedade de realizar exames complementares demonstrando completa ausência de função cerebral e assim fechando o protocolo.
Assim que diagnosticado for confirmados pelos médicos a família é consultada e orientada sobre a doação. O entrevistador seja ele o médico do paciente ou o medico responsável pela uti ou ate mesmo o pessoal responsável pelo transplante, Tem que ser bastante paciente e cuidadoso ao explicar para a família, pois o que chamamos de paciente, o familiar chama de filho, marido, irmão, é uma outra realidade que não podemos desconsiderar, deve-se levar em consideração o impacto que pode ter na família É o momento de esclarecer como tudo funciona, sobreo sigilo dos receptores, sobre os órgãos que podem ser doados, sobre quais exames vão ser feitos para avaliar isso, é um momento de muita tranquilidade para conversar, para falar sobre todos os passos. Por isso o profissional deve ser bem claros e objetivos sobre a doação para que não haja duvidas nos familiares sobre a morte de seu ente querido, deve informar aos familiares que o doador esta morto e que o que faz o coração bater é os aparelhos que ainda estão ligados e que nesta situação os órgãos podem ser doados e transplantados para outras pessoas. É importante que esta decisão não demore muito a ser tomada, pois com o passar do tempo o doador pode perder sua viabilidade.

Há uma grande preocupação da família de como vai ficar o corpo, como será velado, e tem que explicar que não dá para perceber.

Após o diagnóstico de morte encefálica e a autorização da família, a equipe médica aplicará um questionário nos familiares para relatar o histórico médico do paciente. Este é um passo importante e, dependendo da condição médica, poderá descartar o doador. A intenção, deste questionário, é investigar determinados hábitos do paciente saúde de quem o receberá.


Além da entrevista, os médicos responsáveis também deverão realizar alguns testes clínicos, físicos e biológicos, buscando entender a compatibilidade do doador com o receptor.

Porém há uma grande porcentagem de famílias que mesmo sendo abordadas de forma claras sobre a realização dos órgãos de seu ente querido recusam a doação de órgãos de acordo com o ministério da saúde dentre os desafios para a doação de órgãos o maior é a recusa da família, e isso faz com que as filas de receptores aumentem apesar de que o Brasil é um pais que mais fazem transplante no mundo.

Há a possibilidade de um só doador poder oferecer os órgãos para vários receptores compatíveis, podendo assim um doador salvar varias vidas. Em geral, as cirurgias que mais acontecem são: coração, fígado, pulmão, rins, córneas, intestinos, pâncreas, pele, vasos, tendões e ossos. Lembrando que o os órgãos que duram menos tempo uma vez fora do corpo são retirados antes, durante o transporte os profissionais que realiza a retirada dos órgãos trabalham em contagem regressiva para não ultrapassar o tempo limite para a retirada dos órgãos e também para a preservação dos mesmos, o processo inteiro deve ser feito de forma sigilosa e respeitando os limites para a retirada de órgãos e preservando os órgãos a serem doados.

Após a retirada do doador, o Ministério da Saúde deve estabelecer a viabilidade do o transporte da equipe de transplante, principalmente quando o procedimento de doação acontecerá entre pessoas de Estados diferentes.

O Ministério possui um acordo voluntário com companhias aéreas do país, assegurando o translado, sendo que estas empresas transportam os órgãos de forma gratuita nos voos comerciais.

Recuperação do transplantado

Depois que o paciente recebe o órgão, ele deverá passar por um processo chamado de pós-operatório, sendo que o sucesso da cirurgia poderá depender de muitas variáveis, como as condições do órgão e também o estado de saúde do receptor. Também será necessário o uso de imunossupressores evitando a rejeição.
De acordo com os dados do Ministério da Saúde, os pacientes têm uma sobrevida de 60% depois de 5 anos de cirurgia para transplantes de pulmão e de fígado, de 80% para os transplantes de rim e de 70% para os de coração.

Já no caso dos pulmões, é possível doar uma parte de um dos dois pulmões para um receptor, porém este procedimento ainda é pouco utilizado, já que a sua recuperação é mais delicada.

Medula óssea A medula óssea se aloja no interior de vários ossos, especialmente os da bacia, e fornece ao nosso corpo células que têm a capacidade de se diferenciarem em qualquer tecido. A doação de medula óssea é importante no tratamento de vários tipos de doenças, como a leucemia, a anemia aplástica, entre outros.

Após doada, a medula óssea volta a se recompor em 15 dias e os doadores podem retomar suas atividades normais depois uma semana. A doação pode ser feita tanto em centro cirúrgico, sob anestesia geral ou peridural, como por aférese, por meio de uma máquina específica que colhe o sangue da veia do doador, separa as células tronco e devolve os elementos ao receptor.

Para ser doador de medula óssea é preciso procurar um hemocentro próximo da sua casa e fazer uma coleta de sangue. Este passará por testes laboratoriais visando identificar a tipagem de HLA. Após isto, serão colhidos os seus dados pessoais e o seu HLA será inserido no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). Como funciona a doação entre vivos?
Em alguns casos, não é preciso que exista a morte encefálica para que a doação de órgãos ocorra. Existem alguns casos de doações que podem ser feitas ainda em vida. Como:Rim, fígado e pulmão .

Como o rim é um órgão duplo, ele pode ser doado em vida. No caso, o doador oferece um dos seus rins a alguém da família ou um amigo, desde que haja compatibilidade para isso. Tanto o doador, quanto o transplantado podem ter uma vida totalmente normal com apenas um rim.

Nos transplantes de fígado e de pulmão o que acontece é a doação de parte destes órgãos. No caso do fígado, é retirado cerca de 40% do órgão e esta parte é colocada no receptor, sendo que tanto quem doa, como quem recebe consegue se recuperar plenamente, já que o fígado é capaz de se autorregenerar, atingindo mais ou menos o volume de antes da doação.

Sangue Embora o sangue não seja um órgão, você também poderá doá-lo em vida e ajudar muitas pessoas. A cada doação são coletados em média 450 ml de sangue.A princípio podem doar pessoas com mais de 50 kg e que estejam saudáveis. O período entre doações deverá ser de 3 meses para os homens e de 4 meses para as mulheres.Se você deseja se tornar um doador de sangue, basta ir até o hemocentro da sua cidade a qualquer momento.

Porém, vale lembrar que existem algumas doenças que impedem a doação de sangue, como nos casos de: AIDS, hepatite B ou C, câncer, doença de Chagas, malária, ser usuário de drogas ou estar sob tratamento com determinados tipos de medicamentos.

Doação de órgãos no Brasil: quem pode e quem não pode doar?

Não sabe quem pode e quem não pode ser doador de órgãos? Veja abaixo.

Não podem doar órgãos Para ser doador de órgãos é preciso, primeiro, não ser portador de doenças transmissíveis, como a AIDS, não ter tido câncer generalizado e nem infecções graves. Também não podem doar pessoas com doenças infecciosas incuráveis ou ainda doenças que, devido a sua evolução, tenham criado comprometimento do estado dos órgãos a serem doados.Além disso, não podem doar menores de 21 anos sem a expressa autorização dos responsáveis, pessoas sem identificação e aquelas que faleceram devido à insuficiência renal grave, ou de outros órgãos como o coração, o fígado ou os pulmões.
A idade também pode ser considerada em alguns casos. Embora ela não seja o fator mais importante, são aceitos alguns limites para determinados órgãos, como: 70 anos para a doação de fígado, 75 para os rins, 55 para o pulmão e o coração, 65 para peles, ossos e válvulas cardíacas e 50 para o pâncreas. As córneas não têm limite de idade.

Podem doar órgãosPodem ser doadoras no Brasil, as pessoas com morte encefálica diagnosticada e aquelas que faleceram devido à parada cardíaca, como as causadas por arritmias ou infarto. Nestes casos, como a circulação sanguínea ficou parada por um tempo, apenas é possível doar os tecidos, como a pele, os ossos, os tendões e a córnea.

Como são feitas as doações de órgãos no Brasil?

Praticamente todo o procedimento de doação de órgãos no Brasil é realizado e financiado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Hoje, o nosso país é referência na área de transplantes, sendo o segundo maior transplantador do mundo.

Para que isso seja possível, os pacientes transplantados recebem assistência gratuita e integral pelo SUS, o que inclui: exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento, medicamentos para não rejeição e os demais cuidados básicos.

Quem controla todo esse processo é o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), ligado ao Ministério da Saúde.Além dele, também existe o Sistema de Lista Única, composto pelo conjunto de potenciais receptores brasileiros (tanto natos como naturalizados), ou estrangeiros que residem no país. A lista inclui quais órgãos, tecidos ou parte do corpo o paciente necessita e é regulada por uma série de critérios específicos definindo quem receberá a doação primeira.

Vale a pena salientar que, como o procedimento de doação de órgãos é realizado pelo SUS, a família que doa não precisará arcar com nenhum custo.Como explicamos, são considerados potenciais doadores aqueles pacientes que tiveram morte encefálica diagnosticada. Em geral, as principais causas para esse tipo de morte são: Acidente Vascular Encefálico (tanto isquêmico como hemorrágico), Traumatismo Craniano Encefálico, Tumor Cerebral Primário e Encefalopatia Anóxica.

Depois de confirmado o diagnóstico de morte cerebral, a equipe médica entrará em contato com a família para que seja dada a autorização de doação e também para orientá-la sobre o procedimento.É o hospital que informará às Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDOs) sobre o doador, notificando dados essenciais como idade, nome e causa da morte do paciente, além do hospital onde ele se encontra.
Como faço para me tornar um doador de órgãos?
Depois de ler este conteúdo, você deseja doar os seus órgãos caso algo venha a acontecer com você?

Para que a doação de órgãos no Brasil se concretize, o primeiro passo é conversar sobre esse desejo com a sua família, já que, como você viu, é preciso a autorização dos familiares para que o procedimento ocorra. Em alguns casos, a Justiça também poderá aceitar a vontade expressa e registrada do doador, embora esse não seja o procedimento padrão.

Assim, o mais indicado é: primeiro, conversar com os seus familiares mais próximos e deixar expressa a sua vontade, depois, realizar o registro em cartório desse desejo, como por meio da Declaração de Vontade ou o cartão de doador de órgãos.Se a ideia é ser doador em vida, a família não precisa autorizar. De acordo com a lei, pode ser doadores pessoas até o quarto grau de parentesco e cônjuges. No caso de doação entre não parentes, é necessária autorização judicial

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