О comportamento suicida se apresenta por um contínuo de ideação, tentativa e suicídio propriamente dito, representado por meio dos pensamentos de autodestruição, da autoagressão e da consumação do suicídio, respectivamente.
Neste mesmo estudo realizaram uma análise de coleta de dados em Fortaleza/CE a partir de questionários e escalas sobre saúde em geral, satisfação com a vida, crenças e práticas religiosas. Observou-se que baixos índices de satisfação com a vida estão associados a um risco aumentado para o comportamento suicida, assim como a ansiedade e a depressão são fatores que contribuem para a autodestruição. Já o compromisso religioso se mostrou como fator de atração pela vida e pode funcionar como fator protetor.
Dados sobre a análise do comportamento suicida
Аnalisaram dados de consulta de rotina na Unidade de Comportamentos Suicidários (UCS) do Hospital de Braga (Braga, Portugal) em 2014-2015 e observaram que o diagnóstico mais frequente foi depressão. Identificaram também a perturbação da personalidade e uso de antidepressivos como fatores de risco associados a tentativas repetidas de suicídio. O sexo masculino e o consumo de substâncias foram definidos como fatores de risco para uso de métodos mais violentos e letais.
Seguindo este mesmo propósito de identificação de fatores de risco, ealizaram um estudo a partir de coleta de dados online divulgada em e-mails de instituições de ensino e redes sociais. Os estressores relacionados a questões como perda de emprego e familiares, endividamento, mudança de residência, problemas judiciais etc., se mostraram como possíveis desencadeadores de uma tentativa de suicídio em pessoas que já têm ideação suicida.
Os indivíduos que já tentaram suicídio, mas não possuem mais ideação mostraram uma diferença com os que ainda possuem no que diz respeito às variáveis de ansiedade social, autoeficácia, autoestima e relacionamento familiar, sendo possível considerar autoestima e autoeficácia como fatores protetivos e ansiedade social e violência familiar e comunitária como fatores de risco. Diante disso, para jovens com ideações ou tentativas prévias de suicídio, uma boa intervenção seria a organização de uma rede de apoio efetiva, além de estratégias para a melhora da autoestima e autoeficácia.
Estatisticas
Um estudo observacional realizado em dois Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de Curitiba/PR em 2014 por buscou reafirmar os transtornos mentais como fatores de risco e verificou que 67,7% dos participantes tinham histórico de tentativa de suicídio e que o ato tem maior prevalência em mulheres com transtorno mental (95,7%), com diagnóstico de depressão e/ou esquizofrenia, escolaridade até 12 anos e com baixa adesão à terapêutica medicamentosa. Verificou-se também associação com estado conjugal, prevalecendo as tentativas entre os divorciados.
As classes de medicamentos mais envolvidas com óbitos são os anticonvulsivantes, sedativos, hipnóticos, antiparkinsonianos e psicotrópicos. A explicação pode ser o fato de essas substâncias possuírem várias indicações terapêuticas, sofrerem prescrição médica indiscriminada e serem, algumas, de baixo custo (BOCHNER E FREIRE, 2020).
A revisão integrativa também corrobora a relação de risco de suicídio e transtornos mentais, chamando a atenção para o uso abusivo de substâncias psicoativas ocasionando consequências pessoais, familiares e sociais e também aumentando a probabilidade para transtornos psiquiátricos, principalmente quando ocorre o uso de múltiplas substâncias.
Portanto, esse diagnóstico duplo de transtorno relacionado ao uso abusivo de substâncias psicoativas associado a transtornos mentais configura um fator de risco para o suicídio. Além disso, a chance de ideação suicida aumenta com o aumento do tempo de uso atual dessas substâncias, relacionando-se inclusive às tentativas não planejadas, já que estes usuários apresentam maior chances de comportamentos impulsivos.
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-de-sa%C3%BAde-mental/comportamento-suicida-e-automutila%C3%A7%C3%A3o/comportamento-suicida