Tendo em conta este tema eleito para a elaboração desta investigação científica, achou-se pertinente e de suma importância, salientar que vai de encontro com às vivências e sentimentos experienciados pelos membros da família dos idosos, sobretudo aqueles sujeitos ao processo de hospitalização, já que os indivíduos referentes a esta faixa etária tendem a constituir uma grande parte da população mundial e desta forma requerem de cuidados mais especiais.
Hospitalização do idoso
A seleção da temática desta investigação vai de encontro ao interesse pessoal, académico de igual modo ao profissional. Interesse pessoal pela experiencias vivenciadas durante esse percurso académico nos ensinos clínicos, bem como no desenrolar dos conteúdos teóricos. Portanto, dessas experiencias vivenciadas, como académica de enfermagem foi estimulada a conhecer as vivências e os sentimentos experienciados pela família face ao internamento do idoso.
A colaboração da enfermagem aos idosos hospitalizados é uma área que tem adquirindo uma maior enfase com o passar tempos, visto que, a hospitalização dos idosos é uma situação que pode ter um avanço positivo a nível da recuperação e aumento da esperança média de vida dos utentes geriátricos, da mesma forma poderá ter avanços negativos, tendo em conta que a procura dos serviços de saúde e as hospitalizações muitas vezes não são vistas como algo que pode promover a saúde, bem como, outras consequências que estas podem acarretar para a vida do utente.
Aspeto não menos importante que veio reforçar a escolha da temática em estudo é o interesse profissional, pelo fato de constatar que a hospitalização pode ser encarada como um fator estressante não só para o utente, mas também para a família.
Estabelecer fortes laços entre a família e o enfermeiro
O trabalho de pesquisa tem como intuito estabelecer uma forte relação entre a família, e a equipa de enfermagem e também na tentativa de definir a importância da prestação dos cuidados dos enfermeiros juntamente com a família do idoso hospitalizado.
Por conseguinte, a hospitalização dos idosos vem demonstrando como uma dificuldade no exato momento em que se acredita que a população idosa mundial e nacional dispõe a tendência para crescer gradualmente com o passar dos anos.
Na atualidade, no contexto da profissão há um progresso contínuo dos cuidados prestados aos doentes, que é baseada em estudos que orientam o exercício profissional, sendo essencial a utilização de conhecimentos para uma evolução continuo no atendimento ao paciente (Sousa, 2011).
O conhecimento adquirido pela investigação em Enfermagem permite melhorar a qualidade dos cuidados e otimizar os resultados em Saúde (Ordem dos Enfermeiros, 2006). Organização Mundial de Saúde (OMS) elucida o idoso como aquele indivíduo com 60 anos de idade ou mais, limite este válido apenas para os países em desenvolvimento, como o Brasil, pois nos países desenvolvidos reconhece um ponto de corte de 65 anos de idade.
Estatisticas
De acordo com Ferrari e Dalacorte (2007) “estima-se que, considerando a população mundial, o número de pessoas com 60 anos ou mais irá crescer 300% em 50 anos e que, de 606 milhões no ano 2000, passará para quase 2 bilhões em 2050. O crescimento será ainda maior nos países em desenvolvimento”.
Sendo assim, cientistas acrescentam que: “O envelhecimento populacional é um dos maiores desafios da saúde pública contemporânea. Este fenómeno que ocorreu inicialmente em países desenvolvidos, recentemente é nos países em desenvolvimento que o envelhecimento da população tem ocorrido de forma mais acentuada”.
Para justificar este aumento da população idosa nos países em desenvolvimento, os autores abaixo citados defendem que:
Os países do chamado terceiro mundo vêm apresentando, nas últimas décadas, um progressivo declínio nas suas taxas de mortalidade e, mais recentemente, também nas suas taxas de fecundidade. Esses dois fatores associados promovem a base demográfica para um envelhecimento real dessas populações, à semelhança do processo que continua ocorrendo, ainda que em escala menos acentuada, nos países desenvolvidos (Amaral et al, 2004).
Ainda nesta perspetiva profesor defende que “(…) o envelhecimento não é exclusivamente dos tempos modernos, no entanto, foi nos últimos cem anos que se tornou algo comum (…)”.
É de suma importância frisar que, com esta alteração na pirâmide populacional, a busca dos serviços de saúde por parte dos idosos também se ampliou, sobre tudo nas internações hospitalares. Pois, na ótica de Amaral et al (2004) “os idosos tendem a consumir mais serviços de saúde, apresentando taxas de internação hospitalar bem mais elevadas do que as observadas em outros grupos etários, assim como uma permanência hospitalar mais prolongada”.
Еste país também tem apresentado uma tendência para tornar-se numa população envelhecida com o passar dos anos, ou seja, uma população maioritariamente constituída por pessoas idosas. Pois, os dados do Anuário Estatístico do Instituto Nacional de Estatística (INE) (INE, 2017), “cerca de 7,8% da população já é vista como uma população idosa. A esperança de vida ao nascer é de 72 anos para pessoas do sexo masculino, no tempo em que os do sexo feminino já excedem os 80 anos, esse indicador tem a tendência para aumentar ao longo do tempo”.
Assim sendo, a hospitalização dos idosos começa a dar inicio um distúrbio a partir do exato momento em que acredita que a população idosa mundial e nacional possui a predisposição para aumentar cada vez mais com o passar dos tempos.
Baseado nos dados do Relatório Estatístico o número de pacientes de todas as faixas etárias internados no HBS entre os anos 2014 a 2018 tem tendência em aumentar, como apresentado na tabela (1) que se segue, tendo um aumento significativo nos anos 2015 e 2016.