A ciência é criada no ato de questionar, isto configura que o processo científico faz parte da natureza humana. No entanto, o ato de questionar precisa ser ensinado para então fazê-lo sobreviver e ser disseminado a partir de suas descobertas. A disciplina de Ciências é, então, o mecanismo fundamental para construir esse processo científico que precisa ser, constantemente, atualizado (SILVA, et. al., 2017).
Pensa-se, nesse contexto, que a escola é o local ideal para disseminação do pensamento científico e por isto, tornar este um ensino significativo para os estudantes é um dos principais desafios dos professores, atualmente. Porém, observa-se que na maioria das vezes alguns professores se utilizam de uma configuração, puramente, tradicional de ensino ou ainda obtém informações científicas através de um único recurso: o Livro Didático (GADOTI, 2000).
Assunto “Science”
A disciplina de Ciências constitui uma das disciplinas mais complexas do currículo escolar pela aglomeração e diversidade de conteúdos que devem ser trabalhados. Observando os documentos oficiais, é possível identificar que é uma disciplina que está presente em toda trajetória educacional dos estudantes, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017) mostra que na Educação Infantil os conhecimentos em ciências estão relacionados aos campos de experências, sendo apresentados de maneira mais superficial. É a partir dos Anos Iniciais do Ensio Fundamental que a mesma se apresenta como disciplina do currículo. Assim como nos Anos Finais do Ensino Fundamental, estando dividida em três unidades temáticas: matéria e energia, vida e evolução e terra e universo (BRASIL, 2017).
Neste documento de carater normativo, observa-se a disposição dos objetos de conhecimento a serem trabalhados durante o ano letivo, bem como as habilidades a serem desenvolvidas pelos estudantes durante cada abordagem. O documento, no entanto, não elenca como o professor deve trabalhar cada objeto de conhecimento, ficando para o professor a atribuição de buscar a melhor metodologia para ser utilizada nas suas aulas. Nessa linha de investigação, a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) destaca o carater investigativo que a disciplina de Ciências deve propiciar aos estudantes; esta aula por investigação é pautada nos pressupostos que expõem a Alfabetização Científica como príncípio no Ensino de Ciências.
Letramento Científico
A Alfabetização Científica ou Letramento Científico pressupõe o desenvolvimento da capacidade de interpretar o conhecimento científico construído em sala de aula, seja ele de âmbito natural, social ou tecnológico, sabendo transformá-lo e aplicá-lo no cotidiano, ou seja, o “fazer científico” está intimamente ligado à formação social dos sujeitos, onde este será capaz de utilizar seus conhecimentos para agir com responsabilidade na comunidade onde vive (SASSERON e CARVALHO, 2008).
Os professores podem, então, utilizadar variadas metodologias que possibilitem essa Alfabetização Científica nas aulas de ciências, conectando o estudante ao conhecimento construído, de modo que o observar, questionar e refletir tornem-se elementos presentes no dia-a-dia dos mesmos. Para isto, é fundamental o estabelecimento de conexão entre conteúdos distintos, trabalhar com estudos de caso, apresentar textos de diferentes gêneros, explorar o conhecimento prévio dos estudantes e associá-lo ao conhecimento científico, bem como produção colaborativa de material didático (ROHLEDER; LEUCK, 2014).
Еixos estruturais da alfabetização científica
Nessa perspectiva elecam três eixos estruturantes da Alfabetização Científica que devem estar presentes nas práticas dos professores de Ciências, são eles: compreensão dos termos e conceitos fundamentais; compreensão da importância sócio-política da prática; entendimento da relação entre ciência, tecnologia, sociedade e meio ambiente. Estes eixos estruturantes estão diretamente associados aos indicadores de Alfabetização Científica.
as aulas que propõe Alfabetização Científica para os estudantes devem estar em busca de desenvolver alguns indicadores, os quais constituem habilidades apresentadas pelos estudantes durantes às práticas desenvolvidas e que fazem parte do processo de construão de conhecimento.
Nos seus estudos de análise, foram abordados três indicadores: habidades cognitivas, que estão relacionadas à capacidade de leitura e escrita, assim como o levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes; capacidade argumentativa, que está ligada a habilidade cognitiva, sendo que esta tem como foco o desenvolvimento da capacidade crítica dos estudantes; e as implicações sociais, que dizem respeito à aplicação do conteúdo a fatos da sociedade, preferencialmente da realidade dos sujeitos envolvidos.
Tais indicadores, segundo seus estudos, se desdobraram em oito: ler em ciências, escrever em ciências, investigar, criar, argumentar, atuar, articular ideais, investigar e problematizar. Nesse sentido, a prática aqui apresentada está