Atualmente, o Brasil e o mundo estão passando por uma crise, e ainda é difícil estimar seu impacto na sociedade e na economia. No entanto, é claro que, até 2020, as atividades econômicas de todos os setores do mercado de trabalho sofrerão um declínio severo e serão afetadas em graus variados. Muitos se perguntam, qual o impacto da crise causada pela pandemia do coronavírus no setor da construção civil no Brasil? Sem dados suficientes em mãos, fica difícil ariscar um palpite, vale a pena nos lembrarmos do momento em que o nosso mercado se encontra, considerando o contexto do ciclo de desenvolvimento de um projeto de incorporação.
No geral, o mercado imobiliário brasileiro passou por uma crise de longo prazo entre 2013 e 2018, que melhorou durante 2019. Nos primeiros meses de 2020, o mercado começou a mostrar sinais de forte recuperação, com melhorias substanciais no índice, como as vendas de lançamentos, a redução de unidades que se encontravam em estoque e a restauração dos níveis de aluguel.
Ao revisar o ciclo típico de desenvolvimento de projetos de construção, notamos que essas etapas são geralmente: captação de recursos, aquisição de terras, desenvolvimento de projetos, aprovação de órgãos públicos, start-up (início de vendas), construção e entrega da unidade. Esse ciclo completo leva cerca de 5 anos, dependendo da complexidade do projeto e da maneira como os desenvolvedores trabalham.
“pré-crise” do período, o mercado imobiliário
Retornando ao período “pré-crise” do mercado imobiliário no Brasil, pode-se ver que durante 2019, uma série de indicadores-chave foi restaurada, proporcionando espaço para empresas mais estruturadas buscarem novos negócios. No segundo semestre de 2019, as empresas obtiveram uma grande quantidade de capital (várias formas de fundos, com foco na expansão de fundos de investimento imobiliário), assim como, o aquecimento no mercado de aquisição de terrenos, onde a disputa por boas áreas pelas incorporadoras, era um bom sinal pois apresentavam fortes indícios de recuperação do setor.
Voltando à análise atual, percebemos que, em geral, o setor vinha mostrado sinais de recuperação contínua, com mais ativos nos estágios iniciais do ciclo: captação de recursos, aquisição de terras, desenvolvimento de projetos. Contudo, quando essa “recuperação” foi interrompida ou adiada devido à crise, grande parte das empresas já haviam investido recursos financeiros, com aquisição de novas terras para desenvolver novos projetos e até mesmo obras em fase inicial de execução. Com a pretensão de lançamento para o segundo semestre de 2020, as empresas tiveram que abrir mão de todo planejamento já estabelecido, buscando novas alternativas estratégicas.
Embora os decretos estaduais permitissem a continuidade de execução nos canteiros de obras, a parte comercial foi a que mais sofreu com os impactos da pandemia, estandes de vendas fechados, demanda reduzida e progresso lento das obras, as vendas de imóveis refletiram dificuldades de instalação em quase todos os departamentos de produção. e estandes de vendas foram fechadas durante o período de quarentena. Contudo, há anos, os desenvolvedores migram suas atividades de vendas para plataformas on-line, em vez de depender apenas de operações presenciais. No entanto, é claro que as vendas dependem da confiança do consumidor, emprego, crédito e perspectivas futuras, aspectos muito críticos para o presente, mesmo para aqueles com renda estável.