Sobre a situação dos índios da Amazonas durante a pandemia é possível visualizar uma tragédia em curso nas áreas mais remotas do Brasil, pois o coronavírus se espalha rapidamente por aldeias e mata muitos indígenas, fato que mostra a falta de planos governamentais.
Acompanhar a desenvolvimento do novo coronavírus entre as populações indígenas é um grande desafio, pois embora os números oficiais informem sobre a dinâmica de notificação, eles não refletem precisamente a extensão da pandemia, porque a falta de desagregação dos dados dificulta o reconhecimento das regiões e dos povos mais afetados.
Outro grave problema é a deficiência de dados sobre indígenas que vivem fora de Terras Indígenas homologadas, o que inclui tanto citadinos como populações que aguardam a finalização do longo processo de demarcação de suas terras, segundo a plataforma autônoma Peuples Autochtones à Les Villes.
Falta um relatório sobre os casos de COVID-19
Mediante subnotificação dos casos indígenas pelos dados oficiais, a Apib vem realizando um levantamento independente dos casos e os números são superiores aos notificados pela Sesai, que tem contabilizado somente casos em terras indígenas homologadas e em 18 de junho de 2020 computou3345 casos em terras indígenas e 107 óbitos indígenas em terras indígenas diferente dos dados da Apib que registraram na mesma data 5743 casos confirmados e 293 indígenas mortos pela Covid-19. A compilação de dados da Apib tem sido feita pelo Comitê Nacional de Vida e Memoria Indígena e pelas organizações indígenas de base da Apib.
Não podemos esquecer que um dos fatores que levam a doença aos indígenas são as invasões de terra e diante da situação que o país está vivendo, o temos um governo que mostra –se favorável aos madeireiros e aos exploradores de minérios em terras indígenas, pontua Puyr Tembé, vice-presidente da Fepipa, Federação dos Povos Indígenas do Pará.
Em decorrência da pandemia, os órgãos ambientais, os indigenistas e o Exército estão funcionando de modo mais problemático, segundo contam lideranças nas aldeias e assim, muitos agentes do governo se apartaram do trabalho ou diminuíram o ritmo das atividades para evitar o contágio com vírus. Desse modo, os invasores viram lacunas para agir.
Com base nos argumentos citados acima conclui-se que é importante seguir as informações do isolamento, não tendo contato com a cultura branca, assim havendo a preservação da cultura indígena, nesse momento tem que lembrar da importância da higienização, não ter convívio social, não tendo aglomeração, e sair só se for necessário.