O projeto de arquitetura surge em resposta a um conjunto de condições existentes e é composto por uma interface que comunica diversos subsistemas entre si, formando um produto final.
Dentre esses subsistemas, destaca se a vedação vertical, que segundo SOHLER, SANTOS tem como principal função limitar e compartimentar verticalmente o edifício além de servir de suporte para sistemas prediais e proteção contra agentes externos.Esse sistema interage também com uma série de componentes presentes na edificação, dentre eles podemos citar os caixilhos, as esquadrias, estruturas, coberturas e revestimentos.
De acordo com a NBR 15575 a vedação vertical mesmo quando não oferece uma função estrutural, atua diretamente como contraventamento de estruturas reticuladas, e sofre a deformações ocasionadas pelos esforços das estruturas.A escolha do tipo de vedação irá influenciar diretamente na vida útil do sistema. O cronograma de obra também irá depender do modelo a ser adotado, tendo em vista as singularidades de cada tipo e o fator mão de obra especializada disponível.Dentre outros fatores que variam de acordo com o sistema a ser adotado, podemos destacar o desempenho, eficiência, custo e compatibilização com os demais subsistemas compostos pela edificação.
Para SOHLER, SANTOS a seleção de materiais para o sistema de vedação e a forma como esse sistema é executado no canteiro de obras irá determinar a qualidade do ambiente projetado e está diretamente associado ao surgimento ou não de patologias, ruídos aéreos entre paredes e eficiência energética.
Com intuito de garantir as condições de uso, vida útil e manutenção surge a NBR 15575 que estabelece uma série de requisitos a serem atendidos em todos os subsistemas da construção.
A NBR 15575 não estabelece diretrizes construtivas ou materiais específicos a serem utilizados, mas sim, requisitos a serem atendidos pelos sistemas, independente da forma como são construídos e da escolha de seus materiais.Quando se trata do sistema de vedação vertical a NBR 15575 caracteriza esse sistema em sistema de vedação vertical externo (SVVE) e sistema de vedação vertical interno (SVVI) e avalia fatores como vida útil, segurança estrutural, segurança contra incêndio, uso e operação, estanqueidade, desempenho térmico, desempenho acústico, desempenho lumínico, durabilidade e manutenibilidade, saúde, conforto antropodinâmico e adequação ambiental.Para FRANCO (2008), é na etapa de produção de vedação vertical, principalmente em sua produção e na instalação dos revestimentos que se tem o maior índice de desperdício de materiais e de uso de mão de obra.
BLUMENSCHEIN , estima que os resíduos gerados por tijolos, blocos e argamassa, principais componentes utilizados na produção de vedação vertical no Brasil representam cerca de, respectivamente, 29% e 63% da composição de resíduos sólidos de construção no país.Tendo em vista a importância desse sistema e a consequência de seu uso inadequado, este artigo tem como objetivo abordar os principais sistemas de vedações utilizados no Brasil e suas principais características a fim de enriquecer o vocabulário do construtor ou projetista e garantir o uso adequado de cada tipologia.