A definição de interdisciplinaridade adotada pelos autores do artigo refere-se como intercâmbio mútuo e integração entre várias disciplinas, tendo como resultado um enriquecimento recíproco . Percebe-se na definição do autor, a busca no rompimento de uma educação compartimentada e fragmentada.
Fazenda retrata que, nas décadas de 1960 e 1970, a UNESCO, patrocinaram estudos que visassem a uma universidade na qual as barreiras entre as disciplinas pudessem ser minimizadas, incentivando pesquisas coletivas e inovação no ensino, isto é, uma revisão nas relações entre as disciplinas.
Historicamente, as atividades físicas sempre estiveram em um patamar inferior em relação às atividades, reconhecidamente, intelectuais. Nesse sentido, “Betti (apud Bertini, 2013)”; destaca dois aspectos que contribuem para a desvalorização da Educação Física. O primeiro refere-se à maneira simplificada em que a área é vista, não se identificando e nem reconhecendo os conhecimentos que lhes são específicos. O segundo refere-se à idéia de que há familiaridade intensa entre as pessoas e as práticas corporais, dando a falsa impressão de que a área e o profissional seriam quase que dispensáveis, inclusive no ambiente escolar.
Segundo Scortegagna e Eckel:
Relatam experiência interdisciplinar no Colégio Bom Jesus Divina Providência em Curitiba, na qual os professores se reúnem a cada quinze dias para discutir os conteúdos a serem trabalhados em cada disciplina e como os conteúdos de uma disciplina pode auxiliar na compreensão de conteúdos das demais. A cooperação do grupo docente é fundamental para que o processo interdisciplinar aconteça.
Após essa afirmação compreendemos que essas experiências de cooperação do grupo docente são de caráter primordial para o balanceamento dos processos Interdisciplinares Ou seja, quando falamos na pratica interdisciplinares dois aspectos fundamentais: o diálogo constante entre os professores e a humildade em aprender sempre, isto é, uma formação continuada permanente.
Quando levamos essa teoria para a disciplina Educação Física, observamos que, sobretudo, nas últimas décadas, diferentes paradigmas, modelos ou abordagens de ensino foram elaborados e se projetaram no campo educacional. Como exemplos, temos as perspectivas:
• Desenvolvimentista,
• Construtivista,
• Crítico – Superadora;
• Sistêmica;
• Antropológica,
• Crítica;
Dentre outras. Essas elaborações partem de pressupostos distintos nas suas matrizes teóricas, amiúde, ainda produzem ressonâncias nos programas e currículos escolares e nos processos de formação docente. A disciplina educação Física Escolar tem sua trajetória marcada por ensaios propositivos não consistentemente sistematizados do ponto de vista dos conteúdos. Importante destacar que outros componentes curriculares se assemelham nessa condição. Adiantamos que não ignoramos que as práticas educativas, sejam elas formais ou informais, apontam para uma concepção de sociedade, ser humanos, cultura, conhecimento, escola e processo ensino-aprendizagem, A prática educativa é radicalmente política nas suas intencionalidades, meios, efeitos, juízos de valor e teleologias pedagógicas.
Diante das pesquisas e dos estudos desenvolvidos compreendeu-se que o conceito de interdisciplinaridade encontra-se diretamente ligado ao conceito de disciplina, onde a interpenetração ocorre sem a destruição básica às ciências conferidas. Não se pode de forma alguma negar a evolução do conhecimento, ignorando sua história.
Educação Formal
A educação na vivencia formal ocorre em espaços sistematizados de educação, inserida no planejamento político pedagógico de uma escola e regulamentada por Lei Federal.
A Constituição Federal, em seu Art. 205 estabelece:Art. 205. A educação, direito de todos e dever do estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.