O curso de Licenciatura em Pedagogia, no qual é chamado atualmente, sofreu muitas modificações até chegar nessa formação didática e interdisciplinar.
Durante toda essa trajetória existiram alguns marcos fundamentais, já que no início do século XX houveram muitas manifestações no intuito da aprimoração do processo educativo, como o movimento dos pioneiros, que almejava a implantação das universidades no Brasil.
Esse desejo foi concebido quando o curso de Pedagogia foi implantado na Faculdade de Filosofia e Letras, que visava a formação de professores para o ensino secundário,dos 12 aos 18 anos. Até 1930 a formação se dava através da “Escola Normal”, com intuito de formar profissionais para ministrar o ensino primário, dos 6 aos 12 anos. Após 1930 a Escola Normal permutou-se para Institutos de Educação, que naquele momento servia como base para a então Faculdade de Filosofia e Letras.
A primeira faculdade de educação-formação de professores
O primeiro curso superior de formação de professores foi criado em 1935, com a implantação da escola de formação de professores à Universidade do Distrito Federal ( O DF já era considerado um polo acadêmico), nesse período ainda não era delimitada a forma de ensino, pois haviam bacharéis e licenciados em pedagogia, e a formação acadêmica se dava da seguinte forma: Os 3 primeiros anos eram destinados aos conteúdos considerados obrigatórios e o último ano, era destinado à didática, no qual ambos os profissionais deveriam cursar.
A dualidade na formação acadêmica fez com que esse curso superior não tivesse uma característica própria, pois não se sabia se a formação era mais tecnicista ou docente, outro fator que dificultou o processo foi o fato de que nos meados dos anos 60, com o domínio do capitalismo, os professores eram obrigados a seguirem padrões de desenvolvimento econômico em sua formação, já que naquele momento, eles só eram vistos como máquinas humanas, que tinham que colaborar de alguma forma com os padrões ali estabelecidos.
O currículo era outro elemento à implicar, já que boa parte dos profissionais não tinham oportunidades no mercado de trabalho, eles não conseguiam colocar em prática tudo que aprendiam, principalmente os profissionais da docência, que eram os mais prejudicados, pois necessitavam da prática para mostrarem seus trabalhos, e assim nasceu a tão famosa rivalidade entre teoria X prática.
Logo após essa imensa corrente de desafios, finalmente a formação de professores deixou de ser bacharelado e passou a ser licenciatura, facilitando toda identidade da profissão, tendo a didática como componente obrigatório no curso, não só imposto no 4 ano, como antes era. O foco principal do então “novo curso” era na docência e na ciência da educação, podendo atuar como professores da educação infantil, dirigentes escolares e dinamizadores de projetos.
Segundo as diretrizes curriculares de 2006, atualmente, a profissão Pedagogo pode ser empregada muito além das salas de aulas, mas de uma maneira mais diversificada,ou seja, de forma mais histórica, filosófica, sociológica e política, onde o profissional passa a ter um curso de carga horária de 2.800 horas para 3.200 horas (DCN, 2006).
Além do mais, esses profissionais podem e poderão trabalhar em empresas, hospitais, presídios, instituições sociais e etc, podendo colocar em prática toda teoria que aprenderam, acabando com a ideia de que a teoria é melhor do que a prática e de que as aulas só podem ser dadas dentro de uma sala de aula, pois como já dizia o patrono Paulo Freire “ Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino.”