A etimologia da palavra “Keramos” tem origem grega e significa argila a qual deu o termo da palavra cerâmica. Foram encontrados a quase 13 mil anos atrás os primeiros relatos sobre as evidências da cerâmica, através de escavações feitas no Vale do Rio Nilo. No século X os chineses já trabalhavam com esse material e produzia a partir de três componentes básicos: caulim, sílica e feldspato. Em 1720, os europeus conseguiram desenvolver um tipo de porcelana fina e translúcida, próxima à porcelana chinesa, composta de feldspato e tendo o óxido de cálcio como agente fundente. Já em 1774, o farmacêutico francês Alexis Duchateau, usuário de próteses totais, estava insatisfeito com a aparência estética e o odor desagradável dos dentes de marfim, decidindo substituí-los por dentes de cerâmica. Duchateau, posteriormente, buscou auxílio do dentista Nicholas Dubois de Chemant, resultando na introdução definitiva das cerâmicas na Odontologia. Na Atualidade, a cerâmica odontológica ou porcelana dentária é um dos materiais dentários mais desenvolvidos, sendo utilizada na fabricação de dentes, coroas, pontes, facetas, inlays, onlays, overlays, pinos e núcleos intracanais e até implantes. (BARROS, 2016; SKRIPNIK, 2016; SILVA et al., 2018).
A cerâmica odontológica apresenta quatro tipos de materiais resistentes e altamente estéticos a dois tipos de tecnologias existentes disponíveis: injeção e CADCAM. Constitui-se em um sistema versátil que vai das cerâmicas de vidro com base de dissilicato de lítio injetado ou fresado, respectivamente e.Max Press e e.Max CAD, até o óxido de zircônia injetado ou fresado, e.Max ZirPress e.Max ZirCAD também temos uma camada de cerâmica de nanofluoropatita que é a IPS E.MAX Ceram que completa a estratificação do sistema (RIBOLDI, 2015; SHIBAYAMA et al., 2016).
O IPS e-max CAD (Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein) consiste em um bloco de cerâmica vítrea de dissilicato de lítio. O sistema IPS e-max ZirCAD (Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein) é um bloco de óxido de zircônia pré-sintetizada e estabilizada com ítrio para tecnologia CAD/CAM (SHIBAYAMA et al., 2016).
O sistema IPS e.Max Zirpress em sua composição possuí elemetos em cristais de fluorapatita, que são incorporados à cerâmica variando de tamanho (MOHAMMED, 2017). Já o sistema IPS e.Max Press (Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein) consiste basicamente em uma subestrutura de vidro – cerâmica a base de dissilicato de lítio, estas cerâmicas apresenta duas fases cristalinas e uma fase vítrea em sua composição. A fase cristalina principal é formada por cristais alongados de dissilicato de lítio e a segunda fase é composta por ortofosfato de lítio (RIBOLDI, 2015). A cerâmica de cobertura IPS e.Max Ceram é uma cerâmica à base de nanofluorapatita, destinada a estratificar todos os tipos de estruturas do Sistema IPS e.Max, independentemente de ser dissilicato de lítio ou óxido de zircônio, injetável ou CAD/CAM (MOHAMMED, 2017).
O sistema cerâmico IPS e.max é uma boa escolha para restaurações em que apresenta uma necessidade estética devido a capacidade de refletir a naturalidade da estrutura dentária. Este sistema utiliza-se cerâmicas de vidro à base de dissilicato de lítio injetado ou fresado (CAD/CAM). Os constituintes deste sistema utilizam – se simultaneamente e.max Press e e.max CAD, cerâmicas à base de óxido de zircônia injetado ou fresado (e.max Zir Press e e.max Zir Cad). Os materiais de composição que compõem o sistema IPS e.max podem ser estratificados com a mesma cerâmica de recobrimento, na qual incide uma cerâmica de baixa fusão à base de apatita e nanopartículas, garantindo o mimetismo com a estrutura dentária. (MOREIRA et al., 2015; MOHAMMED, 2017).
As cerâmicas à base de dissilicato de lítio (IPS e.max Press) tem como recomendações indicadas as inlay, onlay, laminados cerâmicos, coroa total anterior e posterior, próteses parciais fixas restituindo até 3 elementos em região anterior. O IPS e. max Press proporciona máximo grau de translucidez quando relacionado com à base de zircônia (Lava Zirconia, Zenostar e UpceraZirconia). Estas propriedades deste sistema tornam-se indicado em restaurações anteriores (MOREIRA et al., 2015).
O sistema IPS e.Max PRESS viabiliza a confecção de restaurações do tipo inlay, onlay, overlay, faceta laminada, coroa posterior, coroa total anterior e prótese fixa de 3 ELEMENTOS na região anterior e de pré-molar (SCHMIDT, 2019). Segundo um estudo realizado por Pimenta et al., (2015), observou-se que copings confeccionados a partir do sistema IPS e.Max® Press (dissilicato de lítio) apresentaram melhor adaptação interna do que copings fabricados com uma liga de níquel-cromo.
As principais desvantagens sobre as porcelanas dentárias ainda são: a baixa resistência à fratura, certa dificuldade de obtenção da superfície vítrea lisa após ajustes, preparos pouco conservadores e dificuldade de reparos (SCHMIDT, 2019)
Pimenta et al. (2015) relatam que a adaptação marginal de copings fabricados apartir do sistestema IPS E.MAX Press e copings fabricados com uma liga de níquel-cromo apesar de ambas apresentarem resultados clinicamente aceitáveis os copings de IPS E.MAX apresentaram pior adaptação marginal do que os de níquel-cromo (MOHAMMED, 2017).