Em 1945 Sartre publicou o livro A Idade da Razão, o primeiro romance filosófico da trilogia Os Caminhos da Liberdade. A estória toda se passa em Paris, em menos de uma semana do mês de junho de 1939, meses antes de se dar o início oficial da Segunda Guerra Mundial.
Mathieu, personagem principal do livro, é professor de Filosofia e escritor de uma revista “de esquerda”. Vive um relacionamento não ortodoxo com Marcelle. Ela fica grávida e Mathieu decide por si só que não terão a criança.
Pede ajuda à Sarah, amiga do casal. Ela indica um ginecologista judeu que era famoso em Berlim pelo seu trabalho, lugar onde teve de fugir pelo fato de os nazistas tomarem o poder. O médico cobrava quatro mil francos e partiria de Paris em dois dias. Mathieu não tinha essa quantia, então teve de pedir emprestado à alguém. Pediu para seu irmão, Jacques, mas não emprestou-o. Tentou com Lola, namorada de seu amigo Boris, além de pedir também à Daniel, seu outro amigo, mas não obteve sucesso. Estava tentando a qualquer custo conseguir o dinheiro.
Sua liberdade estava em jogo. Aos dezesseis anos Mathieu prometeu para si mesmo ser um homem livre. Era um francês intelectual, membro da classe burguesa, no entanto, criticava o capitalismo ao mesmo tempo em que era funcionário dessa sociedade que essa ideologia predominava. Tinha vontade de combater na Espanha, onde estava ocorrendo os bombardeios aéreos e já causava mortes, dando sinais de que a segunda guerra estava prestes a acontecer. O professor sentiu-se um canalha por não estar fazendo nada a respeito. “Sentia-se numa gaiola sem grades”. Mais tarde soube que Gomez, seu amigo judeu, era suspeito por Brunet, seu outro amigo, de estar há seis meses tentando se infiltrar na Embaixadora da Alemanha. Brunet contou-o também que iria fazer parte da Linha Maginot, uma frente de defesa da França contra a Alemanha e a Itália. Dias depois, Brunet o fez uma proposta: entrar para o partido comunista,