Em meio ao declínio do sistema colonial, e declaração da Independência do Brasil, houve possibilidade real de construir um território à parte em estados que hoje compõem o que chamamos de Nordeste. Sendo os movimentos separatistas ocorridos na Bahia e em Pernambuco, os exemplos mais expoentes. Da região, conhecida na época como “Províncias do Norte”, veio uma das primeiras ameaças à unidade do País que ainda lutava para se consolidar como independente.
Líder da Revolução de 1817, na capitania do Rio Grande, o revolucionário André de Albuquerque Maranhão, nascido em território potiguar, também conhecido como Andrezinho Cunhaú, bacharel em humanidades, herdeiro de uns dos mais ricos e grandes engenhos do Nordeste, o engenho Cunhaú, lutava por ideais liberais que repercutiam na Europa e estimularam as independências em todos os países latino-americanos.
Com a crescente indignação contra o controle e a desigualdade social, os donos de engenhos, como André de Albuquerque, comerciantes e religiosos se revoltassem contra a coroa. Ele foi responsável por aprisionar o então governador José Inácio Borges, por rechaçar o convite da Assembleia Constituinte de 29 de março, que possuía princípios de liberdade, igualdade e limitação do Estado nas relações dos indivíduos. As ideias e contribuições de André foram um marco importante para a busca por independência do atual estado político-geográfico do Rio Grande do Norte.
Mormente, após ser subordinado à Capitania de Pernambuco, em 1822 com a Proclamação da Independência do Brasil, o Rio Grande do Norte também se tornou uma província. Os limites entre o RN e seus vizinhos eram em boa parte desconhecidos ou pouco precisos ainda no século XIX. O caso mais emblemático, cujas origens remontam ao século XVIII, foi a chamada Questão de Grossos, envolvendo a fronteira do RN com o Ceará, somente resolvida definitivamente em 1920, com ganho de causa para o RN.
No fim de 1823, Dom Pedro I dissolveu a primeira Constituinte do Brasil e outorgou uma constituição centralizadora, que tirava poderes das elites locais. Assim, a revolta se espalhou pelo País, com ênfase em Pernambuco, onde havia ecos da revolução de 1817. Em 1824, eclodiu a Confederação do Equador, movimento separatista, antiabsolutista, cujo objetivo era criar uma república nas proximidades da linha do equador.