A Revolução Científica que nós conhecemos nos estudos da filosofia passou por períodos que deram a ela um déficit e um superávit de conhecimento, seja ela no contexto histórico ou antropológico. E a ciência é o que é hoje pelas técnicas usadas e as suas formulações teóricas tendo os modelos clássico, indutivista e o falsificacionista que deram a capacidade de inferir no conhecer pois a filosofia antiga tinha o mito e isso não dava à ciência a veracidade. O desenvolvimento científico que desde Parmênides vem sendo um esmiuçar do devir, o ser em busca de resposta, vem numa trama universal que necessariamente precisa buscar e compreender as causas. O indutivista não se justifica pela lógica, acredita que as explicações para os fenômenos advém unicamente da observação não precisa de uma necessidade, como o próprio Aristóteles que através de sua experiência apresenta as causas e dá ao ser uma perspectiva de um estudo de sua própria vida, Sócrates quando apresenta o conhece-te a ti mesmo parte da indução como princípio.
Sendo uma necessidade do homem em compreender buscar as causas da coisas, o conhecer é algo que está intrínseco no homem e isso parte de uma indução primeiramente há um universal que é compreender as coisas de seu modo geral, é a forma, a ideia ou a essência que pode ser partilhada por várias coisas e que confere às coisas a natureza ou o caráter que têm em comum sendo esse buscar universal que não é algo que se encontra fora a ser atingido, mas está no assumir como ser em vivência desta busca, e no século XVI sofre esse enfraquecimento de busca devido a Igreja ser a detentora do saber, sendo assim, quem não partia de sua doxa era considerado herege. Saindo desse Período Medieval que tinha o Teocentrismo, o homem voltado as coisas divinas, o Renascimento traz consigo o humanismo e fortalece justamente o que ficou ofuscado, o “homem” e o modelo clássico um conhecer necessário que é um compreender, buscar o primário, fundamental e persistente para suas realidades, em oposição ao que é secundário. E a busca de compreender as suas necessidades aquilo que realmente são não podendo ser de outra maneira, os pensadores deste período foram fundamentais para o que temos hoje na ciência e o que conhecemos do estudo do universo como algo que pode ser explicado, contrapondo algumas teorias passadas e explicado matematicamente o novo conceito de universo e a nova física, que para a época do século XVII era algo escasso.
Com Copérnico apresentando o modelo heliocêntrico do universo, o homem ofuscado agora aparece como centro do mundo e do conhecer quebrando o Teocentrismo e dando uma nova perspectiva, Galileu Galilei teve um papel fundamental para esta ciência, que foi a concepção revolucionária e foi decisivo, já que ele é um dos pioneiros a aperfeiçoar os instrumentos técnicos, como seu telescópio, para melhor observação dos fenômenos, descobre as leis que regem a queda dos corpos, mas só foi possível devido ao empenho da indução que ele teve e suas experiências, contrapondo a Igreja sendo acusado de ser inimigo da Fé. Um novo mundo começa a se revelar, tendo a questão do cosmos, não sendo mais aquela do cosmos harmônico e fechado das esferas celestes, elaborado por Aristóteles, mas o universo infinito, que seria explicado por Titcho Brahe, Kepler, Galileu e Newton. Um dos movimentos que também contribuiu no desempenho dessa revolução foi a reforma protestante que gerou um novo modo de pensar, uma forma de se apreciar a existência de Deus que se dava pelas descobertas na ciência e por isto estas foram incentivadas proporcionado ao desenvolvimento da Revolução Científica.
O conhecimento perpassa por diversas áreas e o homem tenta chegar a um resultado, mas há premissas que podem ser falsas, tendo em vista isto, a ciência busca interpretar a falseabilidade como apresenta Karl Popper. Podemos dizer que o falsificacionista vê a ciência como um conjunto de hipóteses que descrevem de maneira minuciosa o comportamento de algum aspecto do mundo e do objeto, para que uma hipótese ganhe o status de científica, ela deve ser falsificável, em outras palavras, deve haver uma ou mais observações que podem vir a ser inconsistentes com ela. Popper em vez de buscar a verificação de experiências empíricas que confirmassem uma teoria, buscava fatos particulares que, depois de verificados, refutariam a hipótese. Sendo assim, ao invés de se preocupar em provar que uma teoria era verossímil, ele se preocupava em provar que ela era falsa, pois para encontrar a falseabilidade de uma premissa é necessário buscar uma observação de tal. Quando a teoria resiste à refutação pela experiência, pode ser considerada comprovada. As teorias que são falsificáveis porque fazem afirmações decisivas sobre o mundo, sendo assim, quanto mais argumentos uma teoria apresenta, mais oportunidades haverá para refutá-la, o que é interessante, uma teoria que faz afirmações bastante amplas, sendo altamente falsificável, e resiste aos testes experimentais, é muito relevante.
Portanto as teorias que não oferecem possibilidade de serem refutadas por meio da experiência devem ser consideradas como mitos e não como ciência, e a Revolução Científica é esta junção entre observação, experimentação e formulação que busca uma compreensão de uma explicação teórica e matemática uma nova física, baseando-se em um princípio lógico que certamente ganha um grau de confiança e que estabelece uma objetividade; explicando que possa resultar na construção de modelos tecnológicos que são capazes de medir e calcular o fluxo dos fenômenos naturais, também manipular a própria natureza, constituindo o alicerce da ciência moderna que desenvolvera com Descartes, que se forjou sob o signo da nova cultura e que dá a característica a Revolução Científica.