Tomando por premissa de que a História como conhecimento é sempre uma representação de um passado faz-se necessário debruçar-se sobre os diversos tipos de textos para pensar sua escrita, linguagem e leitura. Para o historiador francês, a história cultural avalia, incluindo no logus social, os “mecanismos de produção dos objetos culturais”, entendidos em sentido amplo e não apenas obras, literárias ou não, reconhecidas ou obscuras, e autores canônicos. E ainda para reforçar a história e a literatura não se tem notícia que já mais tenham praticado divórcio.
Sociólogo francês, pioneiro que iniciou o “caminho para pensar as “práticas” na história e o consumo dos bens simbólicos”, o conhecimento sobre o conceito, a definição de campo intelectual contribuiria para esclarecer a buscar um formato e a historicidade da produção e da recepção da obra de um autor, suas ideias e formas estéticas postas em circulação e inseridas no interior de um sistema de relações socioculturais edificadas publicamente.
Essa noção remete ao lugar de onde fala e em que se insere o autor, literato ou não, assim como outros escritores que o cercam; lugar circunscrito e estruturado ao redor das posições que esses produtores culturais ocupam na sociedade e no meio intelectual, no qual estabelecem relações entre si e com outros campos que constituem a vida social; lugar marcado pelos jogos de poder e vinculado com o campo político.
Quem era o homem do século XVII? Qual (is) seu/sua (s): valores?, ética?, moral?, meio?, educação?, cultura?, pensamento?. O que angústia este homem? O que o alivia? O que o diferencia?
É obvio que são muitas as indagações e que certamente seria necessário a produção de vários tratados para responder tais questionamentos, mais, se é possível conhecer um pouco desse homem que renasce na modernidade, conhecendo o seu contexto.