A Leucemia Linfóide aguda, é o tipo mais comum de câncer infantil, a doença apresenta como principal característica a substituição das células sanguíneas normais por células imaturas. Embora tenha chances de cura, a impactos negativos associados ao conceito da morte, a não cura, sofrimentos e desequilíbrio emocional.
A chance de cura se for diagnosticada e começar ser tratada nos estágios iniciais, que permite utilizar tratamentos menos intensos, reduzindo o risco de complicações relacionadas com a doença e ao tratamento. Em países desenvolvidos 60% a 80% das crianças são curadas, enquanto nos países menos desenvolvidos, 50% morrem.
A criança se expõe a inúmeros procedimentos invasivos e mudança de rotinas interligada a rotina escolar social e tratamentos. A enfermagem detém um papel fundamental no restabelecimento e na manutenção das condições de vida do paciente da família.
O Enfermeiro necessita de um amplo conhecimento teórico e prático para elaborar e realizar métodos terapêuticos na Leucemia Linfóide Aguda, que irá direcionar um cuidado de modo eficaz.Dado atual interesse pelo assunto, este estudo tem como objetivo identificar a incidência da leucemia linfóide aguda em pacientes com câncer pediátrico e o papel da enfermagem relacionada.
O que é leucemia aguda?
A leucemia aguda, é uma doença maligna dos glóbulos brancos, se origina de alterações nas células precursoras do sangue na medula óssea. Originando os precursores mielóides e linfóides.
Leucemia linfóide aguda na infância (LLA)
A leucemia linfóide aguda é uma neoplasia hematológica heterogênea, representando expansões clonais de linfoblastos em diferentes estágios de maturação, sendo o câncer mais frequente na Pediatria, pode atingir tanto adultos jovens e crianças, onde o pico de incidência é entre os dois e cinco anos de idade. No Brasil de 10 a 15 casos novos de câncer abaixo de 15 anos, 4 são de leucemia linfóide aguda. Mais comum em pacientes de sexo masculino e Raça Branca.
A Organização Mundial da Saúde, publicou dados onde relata que o Câncer em crianças menores de 15 anos representa 4,6% da carga total de morbilidade por essa doença. Entretanto, o percentual de cura é de 60% a 80% se for diagnosticada e tratada precocemente.
A proporção de Câncer em crianças é de 84% em países com baixo índice de desenvolvimento humano (IDH) quando comparados com países com alto IDH.
1.1 Manifestações clínicas
Consequentemente, o portador da LLA, manifesta sinais que são possíveis de diagnosticar através de exames como o hemograma e mielograma. Os sinais são identificados como:
Redução da produção de glóbulos vermelhos: Que resultam em anemia- fadiga, palidez e palpitação.
Redução dos leucócitos normais: Queda da imunidade- hipertermia e Sepse.
Diminuição na produção de plaquetas: Hemorragias
Infiltração de tecidos: Aumento de gânglios, fígado e baço, cefaleia, êmese, náuseas, diplopia, insuficiência renal, ostealgia e artralgia.
1.2 Diagnóstico
Para diagnosticar o paciente, os exames utilizados são hemogramas e mielograma, seguido de exames confirmatórios como imunofenotipagem, cariótipo e análise de presença translocações.
Com finalidade de, redução da mortalidade e morbilidade, o diagnóstico precoce é primordial para o tratamento da doença.
Sendo procedimento complexo, pois os sinais e sintomas são semelhantes a outras patologias benignas comuns da idade, como coqueluche, doenças virais, mononucleose infecciosa, artrite reumatoide juvenil, anemia e entre outras. Não é possível detectar precocemente a leucemia linfoide aguda ao exame físico, portanto, são necessários exames laboratoriais confirmatórios.
Com a evolução da doença, podem ocorrer, acometimento ocular, testicular, nódulos subcutâneos, aumento das glândulas salivares, priapismo e síndromes compressivas modulares.
1.3 Hemograma e Mielograma
O hemograma avalia a quantidade e qualidade das células sanguíneas, pode revelar anemia normocítica e normocrômica e trombocitopenia. O hemograma completo é constituído por contagem de plaquetas, leucograma e eritrograma.
O mielograma, é realizada através de uma punção feita no esterno, ossos do quadril e na Tíbia, análise quantifica os componentes da medula óssea.
1.4 Тratamento
Quimioterapia
A quimioterapia é uma técnica que utiliza-se compostos químicos isoladamente ou em combinações, a fim de tratar tumores malignos. O tratamento é realizado em quatro fases visando alcançar a remissão completa, que são:
Indução da remissão: Requer a hospitalização do paciente.
Consolidação: São empregada substâncias que não foram utilizadas anteriormente.
Reindução: São repetidas drogas utilizadas na fase de indução da remissão.
Maturação: Utilizando um tratamento leve, podendo chegar a um ou dois anos.
Transplante de medula óssea (TMO)
A medula óssea ou sangue periférico são fontes de células-tronco hematopoiéticas, que promove a recuperação hematológica após o tratamento quimioterápico.
Seja ele autólogo ou alogênico, nos últimos anos, tem crescido muito a utilização terapêutica de transplante de medula óssea.
2. Papel da enfermagem na leucemia linfóide aguda infantil
Para alcançar os resultados esperados diante assistência, o Enfermeiro necessita de um amplo conhecimento prático e teórico sobre o diagnóstico e o tratamento para a leucemia linfoide aguda, com evidências científicas e cuidados humanizados.
Não basta o enfermeiro apenas o conhecimento técnico-científico, é importante a comunicação com o paciente e a família, é por meio do Diálogo que inicia a relação terapêutica, buscando ter interesse sobre diversas interfaces do diálogo, considerando sempre as individualidades, crenças e valores culturais. Diretrizes e treinamentos a equipe de enfermagem é necessário para fornecer um correto padrão de comunicação emocional, para que integre o diálogo em suas funções clínicas, minimizando consequências a saúde do trabalhador.
Para o diagnóstico e tratamento, a Enfermagem tem um papel importante, necessita obter conhecimento sobre os marcadores moleculares e no monitoramento genético, referente a leucemia linfóide aguda e os tipos mais comuns de câncer na infância. Auxilia pacientes a identificar variáveis a respeito do uso de medicamentos, identificar e selecionar potenciais sujeitos de pesquisa.
A instituição de trabalho deve fornecer instruções genéticas em cursos de implicações clínica de tratamento e prognóstico, para que o profissional possa desenvolver estratégias que inclui a tecnologia, emergente da genômica.
Assistência diante a família reflete o envolvimento no tratamento e consequentemente no alicerce psicológico e na readaptação à nova realidade. Para promover o equilíbrio emocional e auxiliar no tratamento Clínico da criança, a utilização de terapia assistida por animais, é um método que proporciona alegria e possibilita a humanização no cuidado, proporcionando benefícios emocionais e espirituais, promovendo uma melhor adesão no processo terapêutico.
Ressalta-se que o planejamento de enfermagem não deve estar interligada apenas aos aspectos físicos manifestados pela doença é sim, também, envolve intervenções direcionada ao eixo biossocial. A leucemia linfóide aguda é a neoplasia maligna mais frequente em crianças menores de 15 anos, pode apresentar sintomas como hipertermia, palidez, êmese, ostealgia, diplopia, artralgia e entre outros que requer exames laboratoriais para diagnosticar.
Fatores demográficos como ser homem, ou não ter acesso à saúde, tem sido associada a presença de LLA em crianças com câncer. O avanço tecnológico tem contribuído para o melhor prognóstico e tratamento, tornando cada vez mais eficaz para a cura.
Cabe a equipe de enfermagem o planejamento de ações que minimizam o sofrimento e auxiliem a criança e a família no processo de reabilitação relacionada à leucemia linfóide aguda.
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/leucemia