A asma foi exposta no livro médico A Teoria do Interior do Corpo, conhecido como “Nei Ching”, considerado o livro mais antigo de medicina interna em 2600 a.C., escrito por Huang-Di. Desde então a asma vem sendo estudada e descrita por vários outros pesquisadores. Subsequentemente, na metade do século XX, a relação entre a asma e o tabagismo começou a ser melhor estudada, quando foi observado que as influencias nocivas da exposição a fumaça do cigarro em crianças e adultos asmáticos agravava as crises e aumentava o número de novos casos (SAAVEDRA-DELGADO, COHEN, 1991; DIAS-JUNIOR, et al., 2009).
Em Dezembro de 1999, houve um grande avanço no controle das asma, o Ministério da Saúde publicou a Portaria 1394, compondo o grupo de trabalho para propor um Plano Nacional de Controle da Asma. O Diário Oficial da União do dia 24.07.2002 publicou uma portaria do Ministério da Saúde (no.1.318, de 23.07.03) no qual fármacos para o tratamento da asma encontraram-se na lista de medicações para uso crônico reembolsadas pelo Ministério da Saúde (SOUZA-MACHADO, 2016).
Estatisticas
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente a asma atinge cerca de 235 milhões de pessoas no mundo. A doença está presente em todos os países do mundo independentemente do nível de desenvolvimento. Todavia, mais de 80% das mortes pertinentes a ela acontecem em países em desenvolvimento, demonstrando a carência de prevenção, cuidados essenciais e de políticas públicas. É preciso frisar ainda, que não há estudos disponíveis que tenham examinado a mortalidade de asma atribuída ao tabagismo, seja ele passivo e/ ou ativo no Brasil (SALES, et al., 2019).
No Brasil existe mais de 10 milhões de asmáticos, com idades variadas. No entanto, esta doença tem alta prevalência entre crianças. O Estudo Internacional de Asma e Alergia na Infância (ISAAC) realizado em escolares, identificou que 20-30% das crianças e adolescentes de grandes cidades brasileiras manifestam sintomas indicativos da asma. Ademais, um estudo transversal sobre o impacto do tabagismo parental sobre a asma em populações de crianças e adolescentes realizados na Galícia, Espanha, seguindo a metodologia do ISAAC, demonstrou que a prevalência dos sintomas da asma são aumentados quando ha exposição ao tabagismo parental. Esse resultado está em concordância com muitos outros estudos publicados, que observam claro efeito prejudicial do tabagismo parental sobre a saúde respiratória dos seus filhos. (GONZALES-BARCALA, et al., 2013).