A falta de capacitação e preparo de profissionais nas mais variáveis áreas é bastante visível e tocável. É uma realidade concreta que infelizmente envolve todo o território nacional, e essa falta de técnica é de difícil compreensão. Se no tocante a educação básica e gratuita oferecida pela Lei n° 9.394/1996, art. 4°, Diretrizes e Bases da Educação – LDB, é um direito que sofre por seus entraves e falta de cumprimento, imagina-se pelo grau de importância que a educação especial padece uma desmesurada falta de seriedade e merecimento.
Por conseguinte, pelo transcursar do tempo, somados à globalização, atualização e evolução de culturas e pensamentos, apreende-se que a educação básica brasileira passou e passa por muitas barreiras e dificuldades e por fim muitos avanços e conquistas, e isto é de fato um grande ponto positivo, um feito que não a faz desmerecer-se por completo.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação trata no CAPÍTULO V, artigo n° 59, inciso III, da Educação Especial, seus anseios e deveres. Mais restritamente sobre a capacitação e especialização do docente na educação especial:
“III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
A Lei é clara e objetiva no que se refere à sua compreensão! O Estado, ou seja, os sistemas de ensino deverão assegurar aos educandos com deficiência que os seus professores sejam capacitados e formados de forma que o conhecimento possa ser transmitido e concretizado.
Realidades da escola pública
O que nota-se nas escolas públicas é totalmente o contrário do que se estabelece, é a realidade de uma lei não cumprida, de uma constituição defasada e incongruente que faz descaso da história, da trajetória e das aspirações destas crianças que um dia se tornarão indivíduos pensantes e cheios de sonhos, sonhos muitas vezes destruídos por dois simples atos: a falta de inclusão nas repartições de ensino e falta de estimulo para com estes educandos.
A questão da não inclusão se dá por conta de que as escolas não estão realmente preparadas estrutural e pedagogicamente para receber e orientar estes indivíduos que muitas vezes só necessitam de um pouco atenção. Incontáveis serão as necessidades e dificuldades que o profissional da área pedagógica encontrará durante este curso entre a teoria, experiência e prática pedagógica.
Algumas necessidades fáceis de consolidar, de suprir, outras, no entanto, se tornarão trabalhos de casa árduos, de muitas tirar o sono do educador e este deverá estar de certa forma capacitado para tomadas de decisões que afetarão diretamente na vida dessas crianças.
Atualmente existem cerca de dois milhões de surdos no Brasil, segundo os dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Os dados nos mostram que há uma grande demanda de pessoas com deficiência auditiva, isto não significa uma grande quantidade de pessoas que não têm instrução ou que são desmerecedora de conhecimentos, desprovidas de inteligência, mas sim indivíduos que estão numa situação de desprovimento de percepção da audição, e isto é o único fato que difere o deficiente auditivo de uma pessoa ouvinte.
Deve-se saber que a deficiência auditiva trata-se de uma questão biológica, então tanto a formação do professor como o cumprimento e cessão de conhecimentos são constantes, trata-se de um processo continuo, o MEC (2005, p.21) chama atenção para:
“A formação do professor deve ser um processo contínuo, que perpassa sua prática com os alunos, a partir do trabalho transdisciplinar com uma equipe permanente de apoio. É fundamental valorizar o saber de todos os profissionais da educação no processo de inclusão. Não se trata apenas de incluir um aluno, mas de repensar os contornos da escola e a que tipo de Educação esses profissionais têm se dedicado.”
A inclusão dessas crianças portadoras de deficiência auditiva vai muito mais além de simplesmente coloca-las em sala de aula, atrás de uma carteira, e recarrega-las com teorias e formas de aprendizado que lhe são inúteis, a ingenuidade da percepção e inclusão de movimentos no aprendizado é muito mais eficaz do que tratar apenas a teoria. Primeiramente e como o ar que se respira é fundamentalmente que o educando aprenda com o olhar, em seguida com o movimento e depois o sujeito da história.