Para Lacan, a falta está na origem. O bebê ao chegar no mundo, ele vem para preencher a falta de um ser faltante, nesse caso a figura materna. A criança passa a preencher um lugar dentro da falta do outro, estando dentro do desejo do outro, se tornando o Falo Materno (seria o que preenche a falta dessa mulher). Esse objeto de falta, para Lacan, recebe o nome de objeto a. Para “a falta seria assim constitutiva do ser humano, e o objeto a atuaria como causa do desejo”.
Quando Lacan trata a questão da constituição do sujeito, ele diz que o sujeito se constitui no campo do Outro, pois é esse outro quem escolhe seu nome, quem vai dizer quem ele é, apresentando esse bebê ao mundo e tudo isso que vai sendo inserido são chamados de significantes. No artigo: A Constituição do Sujeito na Psicanálise, observamos que: “O sujeito não pode se desenvolver preso ao desejo do Outro, é necessário se separar do Outro para se constituir a partir do seu próprio desejo. É a separação que torna o sujeito desejante, desejante porque ao se separar do Outro sua falta é evidenciada e é a falta que move o sujeito em direção a realização do seu desejo”.
Nesse momento entra, o que Lacan chama de “o nome do pai”, esse é muito mais do que o pai, podendo ser um trabalho, por exemplo, no qual teria o papel de “freiar” esse desejo materno “sem controle”. O amor é essencial, mas se nada frear, ele pode destruir o destinatário do desejo. O Professor Saulo Durso Ferreira, em seu vídeo sobre “O Nome do Pai”, traz um exemplo em que, o sujeito quando se apaixona, se apaixona pelo pedacinho de si mesmo, que encontrou no outro, seria a parte que ele supõe que falta nele, causando o próprio desejo.