Este artigo busca analisar como é possível a utilização da tecnologia como ferramenta metodológica, aplicada à educação básica e ao ensino em artes. Embasado através de pesquisas bibliográficas e publicações digitais, pode-se atestar como é plausível a aplicação da tecnologia como recurso de ensino e aprendizagem em ambiente escolar. A metodologia utilizada nesta presente pesquisa é bibliográfica de corte transversal, ou seja, endossada com citações de autores renomados no assunto. Consumando o artigo são apontados alguns resultados alcançados e assuntos levantados para discussão sobre a temática principal do mesmo.
Palavras Chave: Arte; Tecnologia; Educação Básica; Ensino-aprendizagem;
Abstract
This article seeks to analyze how it is possible to use technology as methodological tool, applied to basic education and teaching in the arts. Based on bibliographic research and digital publications, onde can attest how plausible the application of technology as a teaching and learning resource in the school environment. The methodology used in this research is a cross sectional bibliography, that is, endorsed with quotes from renowned authors on the subject. Consuming the article, some results achieved and issues raised for discussion on its main theme are pointed out.
Keywords: Art; Technology; Basic Education; Teaching-learning;
INTRODUÇÃO
A tecnologia está presente em vários âmbitos em nossas vidas, e por que não utiliza-la também como ferramenta metodológica na educação básica e no ensino em artes? Esta presente pesquisa trás para reflexão, como podemos nos beneficiar dos recursos tecnológicos disponíveis atualmente, aplicando-os de forma viável ao ensino e aprendizagem em artes na educação básica.
Percebe-se que a tecnologia se faz presente cotidianamente na vida de grande parte da população, transformando nossa maneira de ver e nos relacionarmos com o mundo. Por meio das inúmeras pesquisas bibliográficas, em livros, teses e sites pode-se constatar que no ambiente escolar os recursos tecnológicos já são utilizados de forma efetiva e em várias disciplinas e situações no meio acadêmico. Através do conceito de educação 4.0 é possível compreender como a cultura digital já é uma realidade para várias escolas no Brasil e no mundo.
Neste sentido, o objetivo principal desse trabalho é discorrer sobre as possibilidades e como podem ser utilizadas as inúmeras formas de tecnologia, como ferramentas metodológicas aplicadas principalmente à educação básica. Através destes recursos pretende-se mostrar como motivar alunos a conhecerem e interagirem mais no universo das artes e auxiliando professores com aulas mais interativas e instigadoras, pois com o auxilio dos recursos tecnológicos é possível tornar a sala de aula um ambiente mais amplo para descobertas e conhecimentos únicos.
Trazemos ainda para discussão, o fato do isolamento social durante a pandemia do Corona Vírus (Covid-19) e como as escolas tiveram que se adaptar a essa nova realidade de aulas a distância, como fazer com que essa “nova escola” esteja acessível para todos, quais as dificuldades e facilidades que a tecnologia proporciona para alunos e professores neste ano de pandemia.
Este artigo pretende ser relevante na eficácia das atualizações dos processos de ensino e aprendizagem, pois através da modernização nos sistemas educacionais, as contribuições potenciais para acadêmicos, educadores e pesquisadores são inúmeras e permitem um maior comprometimento com o futuro das práticas educacionais utilizadas dentro e fora da sala de aula.
REFERENCIAL TEÓRICO OU JUSTIFICATIVA
Atualmente a tecnologia está presente diariamente em nossas vidas e não seria diferente na área da educação. Por meio da tecnologia e o acesso a internet, é possível tornar o processo de ensino e aprendizagem mais dinâmico, ou seja, promovendo aulas mais interativas e instigantes, fazendo com que os alunos fiquem mais motivados e proativos, atuantes em seus processos de aprendizagem.
Segundo Pires “as ferramentas tecnológicas propõem uma nova concepção de ensinar e apender, os alunos são chamados a sair da passividade de receptores e se engajarem”. Corroborando com a afirmação de Pires, a publicação no site Nova Escola, para o professor José Moran, da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador de mudanças na educação, a tecnologia é agente de integração em vários sentidos, convoca alunos e professores a interagirem em espaços físicos e digitais, ou seja, propõem que a tecnologia seja uma extensão da sala de aula e que ambas se mesclam e hibridizam constantemente, resultando em um processo de ensino e aprendizagem onde os alunos são protagonistas na construção de seus conhecimentos e estes estão em constantes mudanças e aperfeiçoamento.
Percebe-se que os recursos tecnológicos aliados a internet, podem proporcionar novas ferramentas metodológicas e através delas, promover novas possibilidades para o ambiente escolar, integrando universos reais e virtuais, pois estes podem ser grandes aliados de educadores e educandos em sala de aula.
As possíveis vantagens da internet na sala de aula são tão diversas quanto os serviços e ferramentas oferecidas pela rede. A internet oferece uma grande quantidade de recursos que de outra forma não estão disponíveis em qualquer localização geográfica. Além de aumentar os recursos, a internet também promove e aprimora várias habilidades de seus usuários. As habilidades de comunicação e de escrita podem ser diretamente afetadas com seu uso. Dependendo de sua incorporação nas atividades de sala de aula, também pode contribuir para a melhoria das competências relacionadas ao pensamento crítico, resolução de problemas e trabalho em grupo.
As ferramentas tecnológicas não pretendem substituir o professor presencialmente e sim enriquecer as atividades em sala de aula, contribuindo com atualizações e renovações nos métodos de ensino. Unindo os conteúdos abordados em sala de aula ao universo virtual, é possível proporcionar uma aprendizagem mais efetiva, pois os conteúdos ou experiências virtuais podem ser mais intensas e marcantes para os alunos. Conforme Idoeta, no site BBC Brasil (2014), “a tecnologia não precisa necessariamente revolucionar a aula: pode ser usada para ajudar professores e alunos a trabalhar conteúdos mais abstratos, por exemplo, ou facilitar o aprendizado”.
Pensando em unir o ensino tradicional com a tecnologia em sala de aula, surge o conceito de educação 4.0, ou seja, é uma nova tendência na educação atual e tem como ponto principal a inovação, pois propõem desenvolver uma cultura digital no ambiente escolar, onde alunos e professores passam a compreender a importância da tecnologia no processo de ensino-aprendizagem. Segundo Garofalo no site Nova Escola (2018) “a educação 4.0 chegou! O termo está ligado à revolução tecnológica que inclui linguagem computacional, inteligência artificial, Internet das coisas (IoT) e contempla o learning by doing que traduzindo para o português é aprender por meio da experimentação, projetos, vivências e mão na massa”.
Essa imersão em Educação e tecnologia deixou claro que é possível realizar uma educação regrada em criatividade e inventividade, usando vários recursos e contando com um ambiente baseado em experimentação com o aluno no centro do processo de aprendizagem. Equipamentos são importantes, mas é fundamental que venham acompanhados de práticas pedagógicas que possibilitam vivências significativas, respeitando docentes e alunos.
Ramo das artes
No campo das artes onde as experiências sensoriais não são fáceis de serem transmitidas, e sim devem ser sentidas e vivenciadas por cada individuo, a tecnologia é uma importante ferramenta, pois através da realidade virtual é possível uma maior interação com as diferentes expressões artísticas. As possibilidades são muitas, pode-se observar de perto uma obra de arte, assistir uma peça de teatro, apresentação de dança, ou até mesmo tocar um instrumento musical, contribuindo efetivamente na percepção estética, aguçando sentidos e sensações dos alunos.
Segundo Ferreira , “Nota-se, ainda, que as gerações criadas com as novas tecnologias demonstram um grande interesse pela arte e pela informática, uma vez que essa geração vive em completa harmonia com o sistema tecnológico”. Para alunos que já nasceram na era digital, a interação com a tecnologia é vista de maneira natural, e portanto precisam resignificá-la para que possam explora-la de forma eficiente no contexto escolar, aprimorando seus conhecimentos em meio a infinidade de informações que estão acessíveis a todos e por tempo indeterminado no universo digital.
Desta forma, percebe-se que para os alunos é mais interessante a experiência de visitar um museu de forma virtual, do que somente através de teoria passada em sala de aula, conforme Barbosa (2005) “antes do computador, o acesso a obras e conteúdos artísticos acontecia por meio apenas de livros de alto custo, os catálogos eram raros e em preto e branco e o acesso a eles era difícil”.
Portanto o conhecimento sobre arte era muito restrito e com o auxilio das novas tecnologias, abre-se um universo de possibilidades, superando as barreiras do alto custo, acessibilidade e qualidade nas imagens visualizadas, além de vivenciar uma experiência estética em sala de aula, os alunos podem interagir de forma virtual com as obras de arte, ver com riqueza de detalhes e passear por lugares inimagináveis fisicamente, fazendo com que a experiência se torne ainda mais, rica e interessante para alunos e professores.
Para Pires (2017, p169), “um dos papéis mais importantes da arte em uma sociedad
e tecnológica é justamente reinventar as funções e finalidades das máquinas, reinventar a forma de apropriar-se de uma tecnologia”. Percebemos que os recursos tecnológicos estão disponíveis para todos, basta sabermos como melhor utiliza-los.
Dentro desta perspectiva nos deparamos com a realidade que nos foi imposta com o isolamento social, que a pandemia do Corona Vírus (Covid-19) nos obrigou neste ano. A crise sanitária trouxe profundas mudanças de hábitos nas rotinas de pessoas no mundo todo, e a educação também teve que se adaptar. Com alunos sem poder ir até as escolas, os professores tiveram que se reinventar e encontrar meios de conseguir passar os conteúdos para os alunos. Foi preciso repensar a forma de ensinar e aprender, pois sabe-se que cada aluno tem a sua realidade, várias famílias tem computador e acesso a internet em casa, mas muitas outras não tem nem um aparelho celular com internet.
Fischer (1997) corrobora com o que foi explanado.
Muitos alunos que hoje frequentam as escolas têm nas tecnologias e mídias digitais uma relação de forte apelo simbólico cultural e de expressão do pensamento através de múltiplas linguagens. Há um contingente de estudantes que chegam às escolas já inseridos na cultura digital e midiática e necessitam que suas experiências sejam consideradas nos processos de ensino e aprendizagem; ao mesmo tempo, há também um conjunto importante de crianças e adolescentes que vivem à margem da sociedade digital, mas são fortemente influenciados pela mídia, que assume uma função pedagógica, e produz saberes e formas especializadas de comunicar e de produzir sujeitos. Esses sujeitos dependem da escola para a inclusão digital.
Deste modo vemos como a escola é o agente de integração entre alunos e o universo digital, pois muitas destas crianças e adolescentes só têm contato com a tecnologia em ambiente escolar, e muitas não têm recursos para efetuarem essa interação tecnológica fora da escola.
Com a pandemia do Corona Vírus (Covid-19) as instituições escolares tiveram que adequar a essa nova realidade do isolamento social, e em consequência disso fazer com que todos os alunos tivessem acesso aos conteúdos a serem estudados no ano letivo, sendo eles através de recursos tecnológicos ou não. Muitas escolas a princípio utilizaram as plataformas digitais para “chegar” até seus alunos, com vídeo-aulas, trilhas pedagógicas, atividades on-line e outros recursos digitais, mas no decorrer das semanas foi constatado que nem todos teriam como acessar os conteúdos digitais. Foi novamente reestruturada a forma de alcançar os alunos menos favorecidos, com recursos impressos, livros didáticos e impressões de atividades para as famílias que não teriam como acessar as atividades de forma virtual.
O que se conclui com todos estes temas abordados é que realmente a instituição escolar é um agente de integração e transformação da sociedade, pois só através dela é possível que todos os indivíduos tenham as mesmas possibilidades. Na educação básica onde os pequenos cidadãos estão em formação é possível fazer com que questões sociais e culturais sejam igualadas e salientar que todos podem ter as mesmas oportunidades. Em relação a arte e a utilização de recursos tecnológicos, reforça o que foi explanado até aqui, pois ambos arte e tecnologia são vistos como agentes de integração no ambiente escolar, porém se forem analisados de um outro ponto de vista, podem ser taxados como agentes de segregação, dependendo da situação.
METODOLOGIA
A presente pesquisa realizada para o desenvolvimento deste artigo, utilizou-se do método de coleta de informações através de consultas bibliográficas em livros e em recursos digitais como artigos científicos e sites, caracterizando-se por uma pesquisa bibliográfica, de corte transversal.
O foco principal da presente pesquisa, baseou-se na utilização dos recursos tecnológicos como método de ensino e aprendizagem, aplicados principalmente na educação básica e a disciplina de artes.
A imagem a seguir ilustra o tema principal desta pesquisa, pois retrata a utilização de ferramentas tecnológicas, sendo empregadas em sala de aula na educação básica.
Titulo: Tecnologia Educacional Fonte: https://escolasdisruptivas.com.br/tecnologia-educacional/educacao-4-0-entenda-o-que-e-e-como-se-adaptar-a-essa-nova-realidade/
Através desta imagem é possível constatar como algumas escolas já utilizam a tecnologia como ferramenta de aprendizagem em sala de aula. Observando a foto, visualiza-se duas crianças em ambiente escolar, manuseando aparelhos tecnológicos de última geração, pois uma criança está utilizando um óculos de realidade virtual e a outra um tablet, o que nos faz crer que estejam vivenciando alguma experiência de realidade virtual ou aumentada. Pode-se concluir que a tecnologia digital está cada dia mais presente em escolas, o que converge com o tema abordado pela presente autora.
A imagem ainda nos mostra como a tecnologia pode ser agente de interação e integração entre colegas em sala de aula, alunos e professores, e como através destes recursos são possíveis que todos tenham as mesmas oportunidades de vivenciarem experiências virtuais, que são únicas para cada indivíduo, e esses tipos de experiências muitas vezes somente a escola pode lhes proporcionar, pois muitos alunos não teriam como vivencia-la fora do ambiente escolar.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Acredita-se que realmente estamos em uma nova fase no processo de ensino-aprendizagem. A tecnologia já faz parte do nosso cotidiano e esse fato não tem retrocesso, precisamos extrair o melhor das tecnologias para tornar o processo de ensinar e aprender mais interessantes, tanto para alunos como para educadores.
Nas artes a interação com o mundo virtual tem se mostrado de grande valia em tempos de isolamento social, pois através de recursos tecnológicos com acesso a internet, como a realidade virtual, alunos e expectadores em geral desfrutam da possibilidade de interagirem com produções artísticas, aguçando sua sensibilidade, permitindo que vivenciem sensações e emoções reais, porém no universo virtual.
Através da educação 4.0 nota-se que realmente a tecnologia já se faz presente em várias escolas no Brasil e no mundo, pois através dela não só a sala de aula está mais conectada, mas o ambiente escolar em geral.
Apresar de toda a tecnologia disponível, ainda existem excluídos digitalmente, pois se a família não tem acesso a internet, o aluno em isolamento social também não terá, então percebemos como a escola é um agente integrador nesse sentido, e por isso devemos valorizar e incentivar ainda mais a instituição escolar como entidade de integração da sociedade, pois só através dela é possível proporcionar um futuro melhor e de possibilidades iguais para todos.
Espera-se que este tema seja de valia para outros possíveis estudos, pois acredita-se que seja extremamente atual e rico, principalmente sob o olhar das novas práticas educacionais, que envolvem a tecnologia como principal elo entre ambiente escolar e o mundo, pois amplia as fronteiras da docência e da aprendizagem contemporânea.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da presente pesquisa, conclui-se que realmente os recursos tecnológicos estão presentes em vários âmbitos na vida de todos, e no ambiente escolar não seria diferente. Os recursos tecnológicos fazem com que a escola se torne mais interativa e dinâmica, sendo agente de integração de alunos e professores em ambientes virtuais.
Porém sob o ponto de vista metodológico no processo de ensino e aprendizagem, percebe-se o quanto é importante a união entre o ensino tradicional e vivência virtual, pois mescla os dois universos que se complementam, sendo de grande relevância e potencial agregador, tanto para alunos como para professores.
REFERÊNCIAS
PIRES, Débora Costa. Arte e novas tecnologias. Uniasselvi. Indaial, 2017.
BADALOTTI, Greisse Moser. Educação e tecnologias. Uniasselvi. Indaial, 2017.
BARBOSA, Ana Mae. Arte/educação contemporânea: consonâncias internacionais. São Paulo: Cortez, 2005.
FERREIRA, Aurora. Arte, Tecnologia e Educação: As relações com a criatividade. São Paulo: Annablume, 2008.
FISCHER, R. M. B. O estatuto pedagógico da mídia: questões de análise. In: Revista Educação & Realidade, v. 22, n. 2, p. 59-80, jul./dez. 1997.
ALVARENGA, Valéria Metroski. Artes Visuais e Novas Tecnologias na Educação Básica: Atividades Possíveis. Revista Educação, Artes e Inclusão. volume 10, número 02, páginas (33 à 49), ano 2014.
GAROFALO, Débora. Como as metodologias ativas favorecem o aprendizado. Nova Escola, 2018.
(https://novaescola.org.br/conteudo/11897/como-as-metodologias-ativas-favorecem-o-aprendizado) Acesso em 26 de Junho de 2020.
IDOETA, Paula Adamo. Dez tendências da tecnologia na educação. BBC Brasil, 2014
.(https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/12/141202_tecnologia_educacao_pai) Acesso em 27 de Junho de 2020.
NOEMI, Débora. Educação 4.0: entenda o que é e como se adaptar a essa nova realidade. Escolas Disruptivas, 2019.
(https://escolasdisruptivas.com.br/tecnologia-educacional/educacao-4-0-entenda-o-que-e-e-como-se-adaptar-a-essa-nova-realidade/) Acesso em 28 de Junho de 2020.
GAROFALO, Débora. Educação 4.0: o que devemos esperar. Nova Escola, 2018. (https://novaescola.org.br/conteudo/9717/educacao-40-o-que-devemos-esperar) Acesso em 28 de Junho de 2020.