A visão de pessoa na teoria de Carl Rogers

Questão 1
Segundo Rogers e sua teoria, a essência do homem é essencialmente positiva e otimista, ele já nasce com a tendência à saúde e ao crescimento, e que possui uma capacidade inerente de se autocompreender e resolver seus problemas. Rogers reforça dizendo que não é uma aptidão ou um traço específico, mas um modo de funcionamento característico e eminente do ser humano. E pensando assim, que essa natureza é predominantemente boa, ela também se é confiável, e apenas existem comportamentos ou manifestações destrutivas ou de desajustamento quando o homem sente o ambiente como ameaçador e utiliza disso como mecanismo de defesa, mas não são inerentes do mesmo, na verdade representam uma distorção do que é as reais características básicas do homem. O aconselhador, nessa abordagem, tem de si atitude de confiança e expressa isso para que o cliente sozinho num processo de autocompreensão possa encontrar as respostas de suas dificuldades. Ele tem o papel de proporcionar um ambiente receptivo e que não ameaçador, uma atmosfera que englobe todas as condições de modo indireto, para que o cliente se sinta confortável para se expressar e se desenvolver. Porém, baseando na abordagem diretiva, que segundo Abe e Jorge (2012), se sustenta no conceito de ambiente e organismo, em que não se pode subtrair o sujeito em que vive; na influência do grupo social e do ambiente sobre o mesmo e na importância das forças do campo social sobre este. Assim o ambiente acaba sendo um dos pontos mais ressaltados e importantes dessa orientação, e que a partir das atitudes e comportamentos desse sujeito que procura o efeito direto do ambiente. Mostrando que ao contrário do da abordagem de Rogers, o ambiente tem influência direta no sujeito, não apenas como um estímulo para distorção do que é natural ao homem ou sendo o culpado por comportamentos fora dos padrões ou considerados como “mal”, mas também como parte do sujeito.
Referências
ABE, Cristiane Nakazora; JORGE, Josiane de Paula. DIRECIONANDO O ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO: REFLEXÕES ACERCA DO ACONSELHAMENTO DIRETIVO E NÃO-DIRETIVO. 2012. Disponível em: http://eventos.uem.br/index.php/cipsi/2012/paper/viewFile/709/373. Acesso em: 24 maio 2020.
Scheefer, R (1976). Aconselhamento psicológico: teoria e prática. São Paulo: Atlas.

Questão 2
Análise da Primeira musica Xote Universitário – Falamansa
Ser realmente o que se é, eis o padrão da vida que lhe parece ser o mais elevado, quando é livre para seguir a direção que quiser. Não se trata simplesmente de uma opção intelectual, mas parece ser a melhor descrição do comportamento hesitante, provisório e através do qual procede à exploração daquilo que quer ser (Rogers, 1973, p. 155).
Nesta citação Rogers, permite que o cliente fale abertamente sobre si e aos poucos nesta retórica ele mesmo vá percebendo o que precisa “ser mudado ou apenas encontrado”. O que podemos dizer do trecho desta musica? Partimos então para uma investigação, sobre o que podemos extrair; a busca do autoconhecimento, e sobre o si próprio.
Eu não sei, mas talvez seja muito louco;
Pra ter um anel no dedo,
Um Dr. no nome Ser um grande homem,
feliz e famoso Mudar, de repente
Meu comportamento tão escandaloso
Casar com a benção da Virgem Maria
Não me envolver nessa má companhia
Que não se penteia,
Sobre o individuo que não se vê adequado aos “padrões”. Neste sentido a “presença de um aconselhador torna-se existencialmente terapêutica [. . . ] para os aconselhandos” (Forghieri, 2007a, p. 1), motivo pelo qual o aconselhamento psicológico é também referido como aconselhamento terapêutico nessa abordagem. Essa relação interpessoal requer “a presença genuína do aconselhador, manifestada por ele mediante diferentes atuações” (Forghieri, 2007a, p. 1), como fornecimento de informações, exame e reflexão sobre situações conflitantes vivenciadas pelo cliente, o reconhecimento e a exploração de recursos e capacidades pessoais do aconselhando. O foco no indivíduo e a presença genuína do conselheiro é também um dos elementos centrais no aconselhamento proposto por Rogers (1942) na abordagem centrada na pessoa. Para esse autor, o objetivo do aconselhamento é facilitar o crescimento do indivíduo, ao invés de resolver problemas específicos, ou seja, o conselheiro seria um facilitador desse crescimento e da busca por maior autonomia e liberdade por parte daquele que busca ajuda.
Desta forma ninguém pode conhecer o cliente melhor do que ele mesmo e de maneira que ele possa naturalmente se perceber, trata-se na verdade de uma organização psíquica de seus conflitos.
Trabalhando-se a harmonia entre as percepções pois caso contrário entraríamos em conflitos, com a clareza nos pensamentos de como este se vê, e de como gostaria de ser visto, este autoconceito esta relacionado as experiências presentes na vida.
Nesta segunda musica utilizo-me de um trecho que a resume:
“Eu quero é mais ser quem eu sou”.
Considerando atitudes predisposição e valores, o compositor se revela a abraçar seu potencial e ir à busca da auto realização. Neste sentido o papel do terapeuta é ser um facilitador de forma que esta pessoa vá ao encontro dela mesma e parta do paradoxo da mudança onde esta tenha para si uma aceitação incondicional.

Questão 03
Segundo Rogers as pessoas possuem naturalmente um caráter genuíno, no entanto diante do contexto ao qual estão inseridas se limitam a não procurar caminhos no qual possam se desenvolver, em determinada situações estão presos por crenças limitantes. Neste caso o terapeuta deve agir com cautela e de forma acolhedora, afim de que o receptor sinta segurança e aos poucos permita uma aproximação.
O terapeuta não precisa fingir seus sentimentos, e quanto mais autentico for melhor será para o processo. Nas fases da psicoterapia para Rogers ele fala de uma situação na qual podemos conciliar a imagem acima, onde o cliente não reconhece qualquer problema e se recusa a falar sobre ele, a voltar o olhar para si, onde ocorre a ausência de comunicação. Nesse momento o terapeuta deve mostrar uma aceitação incondicional em relação ao cliente e ter empatia sem julgamentos. Embora toda cautela seja importante a congruência e habilidade de expressar seus sentimentos é a mais importante.
“Para o cliente, o trabalho árduo está no esforço para compreender o que é difícil compreender, na persistência de confusão, conflito e incerteza, e no compromisso de revelar, para o eu, aquilo sobre o que é doloroso pensar. Esse esforço, persistência e compromisso demandam um grau de concentração que talvez nunca tenha sido experimentado antes. Todos os clientes sofrem as tensões adicionais de revelar a uma outra pessoa as suas insuficiências e de sentir emoções perturbadoras. O trabalho de crescimento sempre exige muito do cliente e freqüentemente é doloroso. A prática ética pode ser definida como aquela que proporciona, com interesse e esforço consciencioso, um serviço de ajuda para o qual se foi preparado adequadamente. A prática não-ética ocorre quando terapeuta não compreende sua obrigação de respeitar os direitos de privacidade e livre-escolha do cliente. É fundamental que o cliente acredite na competência do profissional. É essa confiança que permite ao cliente partilhar suas preocupações pessoais, de um modo que vai além da conversa casual e que torna a ajuda efetiva possível.

Referências (Questão 2 e 3)
Scheefer, R (1976). Aconselhamento psicológico: teoria e prática. São Paulo: Atlas.
Patterson, E. (1988). Técnicas de estruturação e condução. In:___. O processo de aconselhamento. Editora Martin Fontes.

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