Como devemos tratar as crianças com deficiência portadores de deficiência

1.1. A CRIANÇA SURDA E O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM

Na Educação Infantil, há diversos casos de crianças com necessidades educacionais especiais. Dentre elas, crianças com altas habilidades superdotação, transtornos globais do desenvolvimento, surdocegueira deficiência intelectual, deficiência física, baixa visão, cegueira e a surdez. Sabemos que o processo de ensino aprendizagem desse público é bem mais delicado, ou seja, para a aprendizagem ocorrer de fato, com elas, é necessário que o professor disponha de recursos, comprometimento e práticas pedagógicas voltadas para o público a ser atendido. Desse modo, foram desenvolvidas filosofias educacionais com vistas ao desenvolvimento das crianças surdas. O estudo histórico sobre surdez norteou a contextualização das filosofias educacionais (Oralismo, Comunicação Total e Bilinguismo) e o modo como às crianças surdas foram atendidas, em termos de metodologias de ensino, em diferentes momentos da história dos homens até os dias de hoje.

A criança, seja ela ouvinte ou surda, passa por todo um processo no desenvolvimento da linguagem. Funciona mais ou menos assim, a formação de cada palavra tem uma história e cada palavra surge ligada a uma determinada imagem e depois a palavra existente dá origem a outras palavras. Sendo assim, a palavra não surge de forma arbitrária, mas em forma de signo natural relacionada a uma imagem ou uma operação.

O processo de aquisição de linguagem leva em consideração situações diversas na rotina da criança. É por meio da linguagem que ocorre a transmissão das produções culturais. Por isso, a importância da linguagem de sinais na vida de uma criança surda pode fazer um diferencial em sua aprendizagem e desenvolvimento como ser social. Quadros (1997) ao se referir ao desenvolvimento da linguagem na criança surda entende essa fase como o período pré-linguístico.

As línguas de sinais não são universais, ou seja, cada país apresenta sua própria língua de sinais, como exemplo a BSL (Língua de Sinais Britânica), a ASL (Língua de Sinais Americana) e a LIBRAS (Língua de Sinais Brasileira). Seus sistemas lingüísticos apresentam-se independentes das línguas orais, sendo abstratos de regras gramaticais e se classificando como línguas espaço-visuais.

A comunicação humana é essencialmente diferente em virtude de haver diversas culturas, superando toda outra forma de comunicação conhecida. A linguagem é o meio pelo qual o homem pode se comunicar e viver em sociedade. A Língua Brasileira de Sinais que é a língua materna do surdo, a libras é utilizada pela sociedade surda em sua comunicação, já que vivemos em uma sociedade letrada, esse individuo precisa de sua língua materna para comunicar-se fluentemente com outras pessoas, propiciando a ele uma interação, um desenvolvimento tanto linguístico quanto cognitivo, dando a criança surda, especificamente, uma visão e compreensão do mundo em que vive ajudando, assim, seu aprendizado.

Por isso, é importante desde cedo que a criança surda tenha o contato com a língua de sinais, permitindo que ela desenvolva suas habilidades e capacidades de acordo com as fases do desenvolvimento infantil. A comunidade surda ter o direito de uma educação bilíngue foi uma grande conquista, pois é o modo de educação que mais privilegia a condição de criança surda, sendo língua de sinais, que lhe proporciona a apropriação do conhecimento, aumentando sua compreensão da realidade e possibilitando uma maior humanização.

1.2. CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS PARA CRIANÇAS SURDAS

A Educação Infantil exige um olhar diferenciado pelos adultos, pois requer mais atenção por se tratar do período de formação do indivíduo como pessoa. É nessa etapa que a criança interage mais intensamente, pois para ela é tudo muito novo, as curiosidades são mais intensas, as descobertas no dia a dia permitem que elas experimentem situações que desenvolvam a comunicação, socialização, criatividade, o cognitivo.

As crianças são facilmente envolvidas através do lúdico, e isso faz com que o ato de ensinar e aprender sejam ainda mais prazerosos para ambos os lados. Mas, cada criança tem seu tempo, nem todas as crianças aprendem da mesma forma, sendo assim, fazem-se necessárias atividades diversificadas, obedecendo às diretrizes curriculares, a BNCC. Pensando nisso é preciso destacar a criança com necessidades educacionais especiais, pois algumas atividades as impossibilitam de participar, porém, é preciso promover a inclusão de forma com que ela também exerça o seu direito de aprender como todas as outras. A igualdade, entretanto, nos leva à compreensão de que é preciso haver oferta de instrumentos ou recursos necessários com o propósito de suprir toda e qualquer necessidade encontrada dentro do ambiente escolar por essas crianças garantindo, assim, a educação de forma igualitária, disponibilizando a todas as oportunidades e as possibilitando de conquistar um futuro diferente, quebrando as barreiras sociais e culturais.

Direcionamos então a nossa pesquisa para crianças surdas, pois, ainda hoje, é possível perceber o olhar de indiferença, preconceito, discriminação, com que são tratadas as pessoas que não compõem o padrão de normalidade, contrariando o que está prescrito na Constituição da República Federativa do Brasil, onde se lê no Art.5º que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. (Brasil, 1988)

Buscamos conhecimento e aprendizado numa área que vem sendo tão explorada e que é de vital importância para a criança na educação infantil, que é o ato de contar histórias. Atualmente existem cursos, oficinas e muitos preparos para exercer essa prática, porém, quase não se fala em contar histórias para crianças de uma forma diferenciada, isto é, com o uso das mãos. A contação de histórias é um recurso lúdico que permite a criança desenvolver habilidades, mesmo ela possuindo algum tipo de necessidades especial. A contação de histórias para crianças surdas exige que o professor conheça como funciona a educação inclusiva, pois é preciso que o docente se adeque as necessidades de cada um, tendo competência e habilidades na realização das atividades.

Quando falamos em contação de histórias, logo pensamos em reunir um grupo de crianças e começar a ler a literatura escolhida. Observamos, assim, que a leitura já está inserida na vida delas mesmo antes de serem alfabetizadas. Contudo, as crianças precisam ser incentivadas quanto ao hábito de ler para que seja aguçado nela o prazer pela leitura, pois, através desse ato, os pequeninos estimulam o cérebro a pensar e raciocinar com lógica, bem como a criatividade, a autoestima, o conhecimento, as fantasias, de maneira á levá-los a interpretação e identificação de sua própria identidade e o mundo que os cerca. Sendo assim, é de grande importância o profissionalismo daqueles que estarão encarregados de realizar o papel de educador, conquistando as crianças para se tornarem futuros leitores.

Há diversos recursos que podemos trabalhar a contação de história com as crianças surdas. Os contos infantis são ótimos nesse processo, pois permitem a criança desenvolver a criatividade, o trabalharas emoções e o desenvolver suas habilidades artísticas e, uma forma de observar esse processo seria através de peças teatrais e musicais. Portanto, a atividade de contar histórias no contexto da educação infantil é muito comum e prazerosa.

REFERÊNCIAS

http://dspace.doctum.edu.br/bitstream/123456789/1409/1/CONTA%C3%87%C3%83O%20DE%20HIST%C3%93RIAS%20PARA%20CRIAN%C3%87AS%20SURDAS.pdf
QUADROS, R. M. de. Aquisição da linguagem. In: _____. Educação de surdos: aquisição da linguagem. Porto Algre: Artmed, 1997. p. 68-105.
https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/26340_12818.pdf

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