educação está em construção permanente. Tem como primeiro foco a criança de 0 a 6 anos, nas creches e nas pré-escolas, devido à educação estar cada vez mais a cargo da escola do que da família, é cada vez mais importante o trabalho das creches e das pré-escolas. A Neurociência se ocupa de entender a aprendizagem, mas tem diferente focos, faz isso por meio de experimentos comportamentais e do uso de aparelhos como os de ressonância magnética e de tomografia, que permitem observar as alterações no cérebro durante o seu funcionamento.
A Neurociência tem crescido em todo mundo. A ampliação dessas informações para área educacional trás fundamentação científica e maior compreensão do desenvolvimento humano, e busca usar descobertas sobre cognição, memória, inteligência, habilidades, aprendizagem, comportamento e novas tecnologias para informar os educadores sobre as melhores estratégias de ensino e aprendizagem. Embora nossas mentes mudem com o aprendizado a todo instante, ele fala de grandes mudanças, ou mudanças significativas, a mudança que o professor consegue ou tenta operar, a mudança que influencia a auto-imagem, que influencia a relação do aluno com o aprender.
Gardner (2005) fala em seu livro que a mente muda com facilidade, principalmente nos primeiros anos, mas que ao mesmo tempo, em certos aspectos, esta mesma mente é surpreendentemente resistente a mudanças, eis que surge um paradoxo, que possivelmente todos que trabalham com educação e com crianças já viveram: como entender o desenvolvimento e representações mentais das crianças?
Fica evidente que os alunos com muita dificuldade na aprendizagem ou, então, com atraso escolar (distorção idade-série) muitas vezes eram considerados pelos professores como “problemáticos” em sala de aula.
A partir dessa realidade vivida, é que surgiu a proposta de que forma as Neurociências pode contribuir para a prática educativa nos anos iniciais, ao lidar com os obstáculos e desafios enfrentados pelos alunos durante o processo de aprendizagem e, em especial, os provenientes de uma trajetória marcada pelo insucesso escolar.
Ao trilhar os caminhos da docência, tanto nos estágios supervisionados como nos extracurriculares, trabalhando com crianças no Ensino Fundamental, esta mesma realidade ainda era sentida profundamente, ou seja, que o fracasso escolar era um grande desafio a ser superado, só que dessa vez, em um papel oposto, ou seja, como docente e assim deveria, então, exercer uma prática pedagógica de forma consciente e eficaz e, conforme as metas educacionais estabelecidas ter como missão reduzir os altos dos índices elevados de evasão e repetência escolar, através de um ensino pautado na qualidade e numa prática pedagógica inclusiva.
Vale destacar que no início das experiências docentes vividas foram, a princípio, frustrantes porque algumas escolas somente ofertava as turmas consideradas “caso perdido ou problemáticas” que, por via de regra, eram resultantes de uma seletividade ou exclusão escolar, prática essa justificada como uma alternativa eficaz para homogeneização do padrão de rendimento escolar como comportamento, as crianças eram rotuladas e tidas como casos perdidos que geralmente eram provenientes de uma avaliação classificatória e seletiva e, dessa forma as crianças eram tidas como indisciplinadas, como também as que já fracassaram na escola eram colocadas em uma única classe com o objetivo de não “prejudicar” os demais alunos.
Quando o aprendizado se orienta por metas, tomada de decisão, planejamento e execução de planos, funções mentais com comportamentos complexos serão incluídas. Essas funções são chamadas executivas. De acordo com Eslinger (2000, p. 1), “Em estudos neuropsicológicos, as funções executivas têm sido demonstradas como sendo muito diferentes da inteligência geral e memória, sendo um conceito neuropsicológico de formulação recente”
As áreas cerebrais que são responsáveis pelas funções executivas amadurecem somente na idade adulta jovem. As ações educacionais modelam as funções executivas e, para Eslinger (2000), podem ser ensinadas de maneira direta.
De acordo com Eslinger (2000) para melhorar o desempenho da criança como executora, “pais, educadores e neurocientistas podem iniciar um diálogo sobre como entender mais e utilizar mais os sistemas múltiplos de memória, e como introduzir cenários sonoros de linguagem mais cedo no desenvolvimento infantil”.
Aprender através das experiências é uma característica adquirida no processo evolucionário da espécie humana. Esta capacidade é grande parte, devido às funções executivas. As funções executivas quando bem desenvolvidas faz com que o aluno seja independente, tendo capacidade de meta-análise, superado limites e utilizando suas habilidades para aprender.
De acordo com o Código Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (OMS, 2003, p.46) as funções da memória são definidas como funções específicas de registro e armazenamento de informações e sua recuperação quando necessário.
Não como discorrer sobre a aprendizagem sem a função da memória, se na mente não tivesse uma maneira de armazenar as representações vividas e um mecanismo de recuperação de experiências, não haveria aprendizagem. Para Cardoso (1997, p. 1) A memória “esta intrigante faculdade mental forma a base de nosso conhecimento, estando envolvida com nossa orientação no tempo e no espaço e nossas habilidades intelectuais e mecânicas”.
Com isso, aprendizagem e memória são o suporte para o nosso conhecimento, planejamento e habilidades fazem com que consideremos o passado, nos estabelecermos no presente e conseguimos prever o futuro. A memória não está localizada em uma única estrutura cerebral,
Na sala de aula se consegue identificar quando o conhecimento afetivo requer ações cognitivas e, quando ações cognitivas exigem os aspectos afetivos, aceitar de maneira integrada, os processos cognitivos e afetivos na educação aponta possibilidades e caminhos de se compreender o psiquismo humano, portanto, a dimensão semântica do raciocínio humano exclui as experiências mais particulares e subjetivas do ser humano.
JUSTIFICATIVA PRÁTICA
O desafio da escola junto com a neurociência é proporcionar um ensino de qualidade levando em conta o conhecimento, aprendizagem do aluno e garantir eles uma metodologia em que estimule, sendo assim, a neurociência contribui para a pratica educativa ampliando o conhecimento pedagógico alertando a ação humana de ensinar e aprender, toda prática pedagógica deve se basear aos processos internos mentais do indivíduo para que possa levar o aluno a aprendizagem.
A grande questão que se abre a partir dos avanços da neurociência é qual será a contribuição efetiva desse campo à pedagogia. Há quem vislumbre uma mudança no modo como aprendemos em que as habilidades e conhecimentos serão baixados pelo cérebro, como um computador faz o download de um arquivo. Ou seja, um processo educacional inteiramente focado no cérebro e quase inteiramente mediado pelas máquinas.