A FILOSOFIA DE ARISTÓTELES ACERCA DA EDUCAÇÃO

A FILOSOFIA DE ARISTÓTELES ACERCA DA EDUCAÇÃO.

Autor*

Resumo

O presente trabalho busca apresentar um breve panorama do pensamento e ideologia do filósofo Aristóteles acerca da educação do ser humano, sabe-se que a educação caminhou sempre próxima da filosofia desde a Antiguidade, pois a filosofia se constituiu com uma intenção educacional de formar o ser humano, deste modo este trabalho possui como objetivo geral fazer uma análise reflexiva a respeito da educação e da influência dos hábitos sobre o aprendizado moral e integral do homem. Para Aristóteles a educação parte da imitação e visa levar o educando a adquirir hábitos que formarão nele uma segunda natureza, nesse processo o educador deve expor o assunto, fazer com que o educando retenha aquilo que foi exposto, e, enfim levá-lo a relacionar os diversos conhecimentos adquiridos à custa de exercícios. Sendo assim trata-se de uma educação que leva em consideração todas as faculdades que integram a natureza humana, para que o educando alcance a finalidade específica de sua existência, a felicidade. Segundo Aristóteles a educação deve ser pública e comum, porque só o estado pode garantir a formação adequada, então este trabalho constitui-se em refletir e analisar o pensamento do filósofo Aristóteles acerca da educação do ser humano.

Palavras-chave: Filosofia; Aristóteles; Educação; Sociedade.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como temática principal o pensamento filosófico de Aristóteles em torno do ser humano e sua educação, sendo assim o objetivo aqui é apresentar e analisar pontos marcantes que esse filósofo deixou registrado acerca da educação e construção do ser humano, visto que a educação é assunto importante para todas as gerações.
Sabe-se que Aristóteles já compreendia o ensino educacional como uma virtude democrática a ser construída com base na disciplina e no hábito há muitos anos, assim a educação do homem, em sua integridade, deveria abranger os diversos campos do saber, com um enfoque sobre o desenvolvimento moral e cívico, além do aprimoramento dos valores internos.
Assim o filósofo grego Aristóteles acreditava na educação como forma de preparar o homem para viver em sociedade, na atualidade, esse pensamento ainda é válido tendo em vista a forma como o homem tem se relacionado com seus semelhantes e esquecido o sentido de viver em sociedade, assim o maior bem para Aristóteles seria a felicidade e essa só seria alcançada através da educação.
Deste modo o estudo de Aristóteles torna-se pertinente e atual quando se vê na sociedade e nas escolas problemas como violência escolar, sentimentos de rivalidade entre professor-aluno e resistência dos alunos para se envolver com questões referentes ao aprendizado de conteúdos que muitas vezes não tem uma relação com o cotidiano.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa de caráter teórico-filosófica na área de Filosofia, com foco na área da filosofia da educação que será desenvolvida por meio da análise, reflexão e leituras, compreensão, contextualização e exposição de conceitos. O método específico desta pesquisa compreende a leitura, interpretação e produção de texto que ajuda na compreensão do estudo a ser tratado.
Assim é preciso considerar que a educação é também de natureza prática, não se deixando reduzir como se fosse um simples objeto, pois pressupõe mediações subjetivas de todos aqueles que estão envolvidos com ela, assim a filosofia se relaciona com a educação através de uma vasta lista de termos conceituais postulados por Aristóteles.

DESENVOLVIMENTO

O filósofo Aristóteles propõe uma educação que tem início na infância, momento em que a criança recebe as primeiras lições de sua família, esta se estende ao jovem que deve receber uma educação pública, ser educado também na polis, esse tipo de educação perpassa ainda toda a vida do cidadão adulto. Deste modo, as atividades mais costumeiras podem favorecer a formação do homem, Aristóteles pensa a educação como causa da felicidade, pois acredita que todas as causas têm um fim, a educação seria a maneira de preparar o cidadão para a vida em sociedade, e essa vida em sociedade deveria se dar por meio de virtude calcada na boa educação e na prática de atos virtuosos.
O ensino para Aristóteles toma um rumo diferente do platônico, pois Platão tinha em mente um ideal de bem supremo para a vida, enquanto para Aristóteles, a educação não deve ser de um ideal utópico de vida, sabendo da imperfeição humana, essa seria amenizada com a educação. Seu ideal poderia ser alcançado com um estado virtuoso, pois Aristóteles acreditava que o bem supremo seria a felicidade, então, a educação pensada sobre a ótica aristotélica é aquela na qual os homens são treinados para o exercício da virtude e para a aplicação da ética na sociedade.
Para o filósofo, não aprendemos a virtude lendo textos ou ouvindo conceitos sobre a palavra, mas aprendemos a ser virtuosos mediante a educação que recebemos e praticando atos virtuosos. Entretanto, precisaríamos de certo conhecimento sobre os valores e definições de justiça em cada sociedade para sermos justos e virtuosos, mas a virtude e a justeza não estariam fechadas nessas definições.
Segundo Houdakis(2001) na visão aristotélica, é incontestável o fato de que a política serviria como alicerce para o desenvolvimento da moral e da educação. Sendo assim, a teoria da educação pensada pelo filósofo adquire três aspectos, onde o primeiro diz respeito a uma dimensão poética, na qual o ensino e a arte se comparam em questões metodológicas com o funcionamento criativo-produtivo na medida em que visa à construção do cidadão virtuoso, já o segundo aspecto é configurado sob a forma de um pensamento sobre a educação como resultado de uma série de atos e atividades que a cidade e o indivíduo devem adotar, tendo por finalidade uma obra política da educação, e por fim o terceiro aspecto pode-se dizer que é relativo a pensar a educação como um movimento dentro da cidade que faz passar da potencialidade à realidade, isto é, transforma a possibilidade da virtude política em realidade.
Sendo assim esses aspectos permitem ver a educação como uma atividade e não como uma situação que produz uma força política, social e moral, assim pode-se dizer que saber quais tipos de conhecimentos são mais necessários ao homem é uma das questões incitadas pela pedagogia aristotélica, então para entender melhor o caminho que guia à felicidade, é preciso compreender, a princípio, que o homem necessita de bens exteriores, assim depende tanto dos bens que cabem ao corpo quanto dos que tocam à alma.
Segundo Carvalho (2015) a educação caminhou sempre próxima da filosofia desde a Antiguidade, pois a filosofia se constituiu com uma intenção educacional de formar o ser humano. Já a cultura contemporânea, é influenciada pela forma científica de fundamentar o conhecimento. Por mais importante que seja a ciência para a construção da educação, ela não pode descartar, na nossa visão, a análise de um viés filosófico para o entendimento de conceitos como os de amizade, virtude e o contexto social contemporâneo, visando inclusive auxiliar a educação a trabalhar a própria contribuição científica, portanto, ao aproximar a antiguidade e a atualidade, é preciso ter como orientação alguns pressupostos que devem ser considerados por todos.
Sendo assim Aristóteles e também outros filósofos gregos da antiguidade diziam que para formar o indivíduo era necessário resgatar bem o sentido da Paidéia grega, ou seja, para ele, a formação dos indivíduos não se deveria restringir a um processo de transmissão de conteúdos, mas os agentes do processo deveriam participar dos argumentos racionais, e também se alimentar dos impulsos passionais.
O estudo e legado de Aristóteles nos leva a retomar a amizade na sala de aula, visando contribuir para com a formação cidadã do aluno, através da conciliação entre as esferas racionais e emocionais na relação professor/aluno, ou seja, a virtude. Então Aristóteles ensina como se chega à virtude e como ela se relaciona com as paixões, para tanto, ele vai se utilizar de medidas, afirmando que a virtude é uma mediania nas paixões, é o meio-termo entre o excesso e a falta. Deste modo a principal contribuição de Aristóteles para a filosofia foi o desenvolvimento do conhecimento humano, pois tudo isso ocorreu por meio da inserção da razão no meio da sociedade, o que fez com que as coisas fossem provadas de maneira lógica e racional

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sendo assim Aristóteles, devido sua ampla e profunda obra, tem sido um dos autores fundamentais para a filosofia da educação. Segundo o filósofo Aristóteles, a educação é fundamental, uma vez que desenvolve a segurança e a saúde do Estado. Assim, a educação, para ele, tem por fim a cidade perfeita e o cidadão feliz, assim pode-se dizer que na política de Aristóteles, o homem é definido como um ser cível que é por natureza levado a viver em sociedade.
Percebemos a proposição de uma pedagogia voltada para a formação moral do cidadão grego. Para esta, é indispensável o desenvolvimento de virtudes. Em seguida, nos pareceu necessário ressaltar a importância de uma educação voltada para a parte irracional, ou oscilante da alma.
Assim, podemos concluir que uma boa educação deve primar pelo cuidado com a alma, educando as paixões que lhe cabem. Deve também guiar as disposições desta através de bons costumes, e sempre seguir o que dita a reta razão. O legado de Aristóteles quanto a questões da educação parece-nos condizente também com as necessidades atuais de ensino. Ainda hoje percebemos a importância de educar nossas afecções com a finalidade de uma convivência harmoniosa.

https://www.efdeportes.com/efd155/aristoteles-um-olhar-sobre-a-educacao.htm
http://m.efdeportes.com/articulo/a_educacao_na_visao_de_aristoteles/254

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