A agenesia renal ou displasia multicística

A agenesia renal ou displasia multicística é geralmente um diagnóstico pré-natal ou neonatal, e se tratando do sexo feminino com malformações renais precisam ser rastreados quanto a malformações genitais . Entretanto, durante a investigação de rim único, não houve nenhum achado ou busca quanto a estas anomalias, no período neonatal na paciente.

O defeito nos ductos mullerianos é conhecido, usualmente, somente quando é procurado na menarca, em razão da dismenorreia cíclica e dor pélvica recorrente, secundária a hematocolpos crescente . O diagnóstico da SHWW pode levar meses ou até anos, uma vez que a menstruação geralmente é normal, como na história da paciente, eumenorreica.Outro fator que pode atrasar a investigação é o uso de antiinflamatórios não-esteroidais (AINEs) e contraceptivos orais para pacientes que se apresentam com dismenorréia, o que atenua a dor e elimina ou diminui as menstruações . Sendo assim, muitas vezes esquecido, e os pacientes são tratados por outras causas de dor abdominal .A investigação é feita principalmente por sinais clínicos, juntamente com investigações radiológicas .

O exame físico de abdome, pode revelar massa suprapúbica com dor à palpação, correspondendo a este caso da paciente, de abdômen rígido, doloroso à palpação, principalmente na região do hipogástrio.Nas literaturas e revisões sistemáticas, o rastreamento e diagnóstico é feito pela ultrassonografia (US) e ressonância magnética (RM).

A US é uma ferramenta muito útil, de baixo custo e ampla disponibilidade, sendo assim, bastante utilizado para investigação inicial. É possível detectar massa cística pélvica e presença de hematocolpos,variando de líquido anecóico a coleções heterogêneas com ecogenicidade mista, podendo facilitar no diagnóstico de anomalia genito-urinário (útero didelfo) . Contudo, devido a inflamação na pelve e quantidade de líquido, não foi possível identificá-lo.

O padrão-ouro para o diagnóstico e exames pré-operatórios de planejamento da síndrome de HWW

Muitos autores consideram a RM padrão-ouro para o diagnóstico e planejamento pré-operatório da síndrome HWW . Permite uma avaliação detalhada com imagens multiplanares da morfologia uterina demonstrando o útero didelfo, colos do útero, hemivaginas, continuidade com os canais vaginais obstruídos e não obstruídos, a natureza do conteúdo de líquidos, bem como aspectos associados como inflamação pélvica, endometriose e aderências . Contrapondo a recomendação investigativa acima da síndrome em questão, foi realizado TC sem contraste, sendo possível identificar apenas sinais inflamatórios na pelve, presença de líquido livre hemático e ovário esquerdo em posição anômala, desta forma, a hipótese diagnóstica direcionou-se para outra vertente, torção de ovário esquerdo ou apendicite aguda.

Quando as imagens radiológicas são inconclusivas ou quando a RM não estiver disponível, a laparoscopia nem sempre é obrigatória no tratamento do HWWS, mas pode ser manuseado para confirmar o diagnóstico . Apesar de não ser usual, neste caso foi indicado pela falta de clareza na investigação clínica e radiológica.

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