Infecção intra-abdominal-peritonite

As infecções intra-abdominais são verificadas quando bactérias contaminam o peritônio em consequência de um extravasamento de uma víscera oca ou órgãos relacionados causando abscessos ou peritonites. As infecções intra-abdominais apresentam vários desafios clínicos específicos, podendo ser classificadas de acordo com o local do acometimento em não complicadas (restrita ao órgão envolvido e não atinge o peritônio) – normalmente tratada somente com antibióticos; e complicadas (peritonite localizada ou difusa) – sempre exigem antibioticoterapia e intervenção cirúrgica. Então existe uma grande extensão da gravidade da doença, variando de casos não complicados a choque séptico fulminante e disfunção de múltiplos órgãos, e por isso é uma das principais causas de mortalidade em pacientes cirúrgicos.
Além da categorização entre complicadas e não complicadas, as infecções do peritônio são divididas em peritonite primária, secundária e terciária. A peritonite primária é causada pela translocação bacteriana, sepse ou contaminação iatrogênica sem um defeito macroscópico no trato gastrointestinal. Por outro lado, a peritonite secundária é motivada por uma contaminação direta do peritônio por extravasamento do trato gastrointestinal ou urogenital ou de seus órgãos associados. A peritonite terciária refere-se à peritonite secundária que persiste por mais de 48 horas após uma tentativa de controle da origem cirúrgica.

Umas das principais questões que explica os diferentes níveis de complicações dos tipos de peritonites é que o amplo espectro de patógenos que podem contaminar a cavidade peritoneal que normalmente é estéril. A microbiota mista de bactérias aeróbias Gram-p

ositivas e Gram-negativas, anaeróbios e fungos que podem fazer essas infecções requerem um tratamento medicamentoso criterioso e amplo que não permite falhas, além de um tratamento cirúrgico proficiente (em casos mais complicados). Escherichia coli e Bacteroides fragilis são os dois microorganismos isolados mais comuns na maioria dos casos. Por isso, a terapia antimicrobiana é um complemento crucial para o controle da das infecções intra-abdominais, e o uso inadequado e inapropriado de antibióticos está associado a um risco aumentado de morte, resistência e gastos desnecessários paras os hospitais.

A invasão e proliferação de agentes infecciosos na cavidade abdominal provocam processo inflamatório intenso. No arsenal de medidas para redução das taxas de infecção cirúrgica, a utilização apropriada do antibiótico exerce papel de destaque. Os antibióticos são prescritos com finalidade profilática ou curativa de um processo infeccioso. A seleção do esquema de antibióticos deve ser baseada: a) no agente infeccioso mais provável, b) na eficácia, c) na segurança (toxicidade e efeitos colaterais, indução de resistência), d) no custo e, e) na comodidade posológica. Quanto ao espectro, deve ser escolhido um antibiótico que seja eficaz contra a flora a ser encontrada e que não confronte com a sensibilidade bacteriológica do hospital em questão.

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