O vírus linfotrópico de células T humanos tipo 1

A definição da doença se da por afecções clínicas associadas à infecção pelo vírus e nas contagens de linfócitos TCD4+.Baseia-se em três faixas de contagens de linfócitos TCD4+ e em três categorias clínicas e é representado por uma matriz com nove categorias. Qualquer indivíduo infectado pelo HIV com contagem e células TCD4+ menor que 200/ml, tem Aids por definição, independente da presença de sintomas ou doenças oportunistas.
A definição da Aids é complexa e abrangente e não foi desenvolvida para orientar os aspectos práticos da assistência aos pacientes, mas para vigilância epidemiológica. O médico não deve se preocupar com o fato do paciente estar ou não adequado à definição exclusiva de Aids, mas considerar a doença causada pelo HIV com um espectro que inclui infecção primária com ou sem a síndrome aguda, período assintomático e doenças oportunistas avançadas.

Manifestações Clínicas
As consequências clínicas variam entre síndrome aguda associada à infecção primária até uma fase assintomática prolongada que atinge o ponto da doença avançada. É um processo que começa com a infecção primária e progride em várias fases. Nesses pacientes a replicação viral ativa e a disfunção imunológica progressiva ocorrem ao longo de todas as fases da evolução da infecção pelo HIV. Com exceção dos “controladores de elite” que realmente têm doença não progressiva.
-Síndrome Aguda do HIV
Acontece de três a seis semanas após a infecção primária e regridem gradativamente de acordo com a resposta imune ao HIV. Os sintomas são típicos de uma infecção viral aguda, febre, mialgia, faringite, artralgias, dor retro-orbitária, emagrecimento, mal estar.
-Doenças do Sistema Respiratório
A bronquite e a sinusite agudas são prevalentes durante todos os estágios de infecção pelo HIV. Os casos mais graves são evidenciados com contagem mais baixas de células TCD4+ menor que 100/ml
-Doenças do Sistema Cardiovascular
Doença cardíaca é um achado post-mortem relativamente comum aos pacientes infetados pelo HIV.
-Doença da Orofaringe e do Sistema Gastrintestinal
São infecções comuns da doença e, na maioria dos casos, são causadas pelas infecções secundárias.
-Doença dos Rins e do Trato geniturinário
-Doença do Sistema Endócrino e Metabólicos
-Doenças Reumatológicas e Imunológicas
-Doenças do Sistema Hematopoiético
-Doenças Dermatológicas
-Doenças Neurológicas

Manifestações Oftalmológicas
As anormalidades mais encontradas no exame do fundo de olho são as manchas algodonadas, que são manchas brancas duras que aparecem na superfície da retina e geralmente tem bordas irregulares. Essas manchas são áreas de isquemia retiniana secundária à doença microvascular. Em alguns casos, essa anormalidade está associada a pequenas áreas e hemorragia, por isso pode ser difícil diferenciá-la da retinite causada pelo CMV. Ao contrário da retinite do CMV, as lesões algodonadas não estão associadas á perda visual e estabilizam ou melhoram com o passar do tempo.
Uma das consequências mais graves da infecção pelo HIV é a retinite por CMV. Os pacientes de alto risco para o desenvolvimento dessa doença (contagem de células TCD4+ menor que 100/ML) devem fazer exames oftalmológicos a cada três a seis meses, a maioria dos casos acontecem em pacientes com células TCD4+ menor que 50/ml.
A retinite por CMV é evidenciada por perda progressiva e indolor da visão, também pode ter relato de turvação visual “manchas flutuantes e cintilações”. É comum afetar mais um olho que o outro, mas a doença é bilateral. O aspecto típico da retina é de hemorragia e exsudato perivasculares. Quando se tem dúvida em relação ao diagnóstico ou o tratamento não tem resposta esperada, a amostra do humor vítreo ou aquoso para realizar exames diagnósticos moleculares pode ser útil. A infecção da retina pelo CMV acarreta um processo inflamatório necrótico irreversível, atrofia retiniana nas áreas de inflamação e pode ser complicada por deslocamento regmatogênico da retina.

 

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