Plantas medicinais: danos e benefícios

As plantas medicinais representam uma alternativa para a substituição dos antifúngicos sintéticos por produtos naturais, devido a grande quantidade e variedade de metabólitos secundários com propriedades biológicas. Estudos têm comprovado o efeito de compostos extraídos de óleos essenciais de plantas que atuam como fungicidas naturais inibindo a atividade fúngica e, um número significativo destes constituintes tem se mostrado eficaz. Para atingir a proposta, adotou-se a pesquisa quantitativa, denominado por pesquisa descritiva e do tipo bibliométrico, onde foi possível mapear a produtividade científica nacional e internacional dos compostos bioativos gamma-terpineno, terpinen-4-ol e sabineno de óleos essenciais, onde somente a atividade antifúngica foi evidenciada, que se insere a pesquisa realizada nessa tese. Foi utilizado como fonte de informação a PubMed.

A busca foi realizada em fevereiro de 2021, abordando o período de 1964 a 2020. Foram selecionados e analisados após os critérios de inclusão 192 documentos científicos. A análise foi feita de forma descritiva com apresentação de distribuição de frequências absolutas e relativas. A pesquisa relacionada ao número de citações por artigo foi realizada no Google Acadêmico. Por meio do VOSviewer foi analisado a rede de colaboração por coautoria e por co-ocorrência das palavras-chave. Foi encontrado um alto grau de colaboração entre os autores, pois apenas 0,5% dos artigos publicados são de autoria individual. A Banaras Hindu University localizada na Índia, foi a instituição que mais produziu sobre o tema gamma-terpineno, seguido da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e a Universidade Federal do Ceará, sobre o tema terpinenol-4 e Universidade de Coimbra e Universidade de Belgrado, sobre o sabineno.

Plantas medicinais: aumentando a eficácia

As instituições públicas representam a maioria das instituições onde os pesquisadores desenvolveram suas pesquisas. Dentre os países que apresentaram os maiores números de publicações entre 1985 a 2020 encontra-se o Iran, a Índia e o Brasil. Os documentos foram distribuídos em 72 periódicos (média de 2,6 por periódico). Os periódicos que mais publicaram são responsáveis por 46,4% da produção científica no tema. As pesquisas in vitro foram as mais frequentes representando 80,7%. A maioria dos estudos utilizaram como preferência o óleo essencial nas pesquisas 92,2%. A técnica de extração mais utilizada nos artigos selecionados deste estudo foi a CG-MS com 46,6%. A família de plantas medicinais mais estudadas foi a Lamiaceae, seguida da Apiaceae e Myrtaceae.

As plantas medicinais mais pesquisadas quanto à atividade antifúngica foram as espécies: Origanum vulgare (Orégano), Thymus vulgaris (Tomilho), Rosmarinus officinalis (Alecrim), Melaleuca alternifólia (Melaleuca), Origanum majorana (Manjerona). Os gêneros dos fungos mais estudados foram Candida e Aspergillus. A Candida albicans foi a espécie mais estudada, seguido das espécies Aspergillus niger e Aspergillus flavus. Os sub temas mais abordados foi o “Controle de fitopatógenos” e “conservantes naturais na indústria alimentícia (Segurança alimentar)”. A vida média em anos para os artigos selecionados sobre gamma-terpineno foi de 7,11; para o terpinenol-4 de 5,67 e sabineno 7,81. A palavra-chave de maior ocorrência foi antifungal agents. Pelo exposto e nas condições desse estudo, há de se esperar uma maior quantidade de publicações científicas sobre o tema até meados de 2021, pois acredita-se que alguns artigos não foram identificados na busca da base de dados PubMed, por não constar como indexado, até o momento do levantamento deste estudo. O fato é que os estudos bibliométricos tornam-se cada vez mais imprescindíveis na comunicação científica, o que favorece sua maior aplicação e ganho de eficiência para os pesquisadores.

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