Violência doméstica, estatísticas

Características do agressor

Não é uma tarefa muito fácil identificar um agressor de mulher, muita das vezes este criminoso não tem características aparentes como a arma em punho de um assaltante, e sim “flores”. O mais importante em que se deve observar em um agressor é o seu comportamento, onde muitos deles são chamados de “cidadãos comuns”.
Em uma entrevista da Delegada Fernanda Fernandes ao G1, onde a mesma atua diariamente no combate a este tipo de crime “até as pessoas que convivem com o agressor não acreditam que ele tenha praticado esse tipo de delito”. E, além disso, ela ainda abrange que:

”A gente tem como padrão de agressor de violência doméstica uma pessoa que trabalha, tem uma vida social, é primário e de bons antecedentes. Na maioria dos casos, a gente tem esse padrão de agressor de uma ‘pessoa normal’.

Os homens que comete agressão física demonstram que ele tem dificuldade para lidar com a raiva, são impulsivos e outras dificuldades de relacionamento. Não há uma explicação para esta violência é que o homem agressor faz isto porque está perpetuando uma cultura de opressão do mais forte sobre o mais fraco.
“O psicólogo  ressaltou que a violência se apresenta de formas diferentes e não apenas através da forma física, que é de conhecimento mais comum.”
Há fatores que influencia na violência como o stress, o uso de substâncias químicas, como álcool e drogas. Alguns agressores vêm de lares em que a violência era a forma mais comum de resolver os problemas, ou ainda foram vitimas de maus tratos.

Características da vítima

Algumas pesquisas realizadas apontam que a baixa escolaridade e condição socioeconômica precária podem contribuir para que as vítimas sejam dependentes financeiramente de seus

parceiros, mulheres com empregos remunerados têm mais chances de ser financeiramente independentes e menos tolerantes a comportamentos agressivos, possivelmente porque também são mais informadas sobre seus direitos.
Para a socióloga Giane Silvestre, pesquisadora em estágio de pós-doutorado no Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP), ela lembra que a violência doméstica é um problema amplamente disseminado em todas as classes sociais “porque envolve questões sociais e culturais que tendem a interpretar a mulher não como indivíduo, mas como uma propriedade”. Na avaliação da pesquisadora, o problema também tem a ver com o papel histórico relegado à mulher na sociedade.
A vítima tende a apresentar um perfil comum: serem envergonhadas, com dificuldade em reagir, caladas, conformadas, passivas, deprimidas e altamente dependentes sob o ponto de vista emocional (Lynch, 2006).
Uma em cada três mulheres no mundo é ou foi vítima de violência doméstica, segundo dados divulgados pela OMS. A agência das Nações Unidas estima que, no Brasil, as notificações de mortes violentas envolvendo mulheres tenham aumentado cerca de 230% nas últimas três décadas. A situação é pior entre as negras, para quem essa taxa passou de 22,9%, em 2003, para 66,7%, em 2013, segundo dados do Mapa da Violência divulgados em 2015 pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso) e a ONU Mulheres.

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